O editor-executivo do semanário “La Détente Libre”, Lewis Medjo, foi condenado a três anos de prisão e ao pagamento de uma multa de dois milhões de francos CFA (mais de três mil euros) pelo crime de “espalhar notícias falsas”, na sequência da publicação, a 7 de Agosto, de um artigo sobre uma alegada tentativa do chefe de Estado para levar o presidente do Supremo Tribunal a reformar-se antecipadamente em 2009.
O jornalista foi detido a 22 de Setembro e está na prisão de Douala, no oeste do país, desde 26 de Setembro de 2008, tendo o seu julgamento sido adiado várias vezes “por motivos administrativos”, segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
“Mesmo que se prove que foi cometida difamação, a pena muito dura imposta a Lewis Medjo não abona a favor do sistema judicial dos Camarões e não desfaz o mal sofrido pela vítima. As autoridades devem estar conscientes de que estão a torná-lo num mártir, quando deveriam estar a resolver o caso por outros meios”, frisou a RSF, criticando a existência de penas de prisão para os crimes de abuso da liberdade de imprensa.
