Pena de 20 anos para jornalista no Sri Lanka

O jornalista J.S. Tissainayagam foi condenado por um tribunal de Colombo, capital do Sri Lanka, a 20 anos de prisão por “causar desarmonia comunitária” e “receber dinheiro dos rebeldes dos Tigres do Tamil para pagar o seu sítio na Internet”.

A sentença foi prontamente criticada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e o Instituto Internacional de Imprensa (IPI).

“A sentença é desproporcionada, brutal e desumana e um alerta arrepiante de quão perigoso se tornou o Sri Lanka para os jornalistas independentes”, sublinhou o secretário-geral da FIJ, Aidan White, recordando ainda a debilidade do estado de saúde de J.S. Tissainayagam, detido desde 7 de Março de 2008.

Por seu turno, o CPJ considerou que “a condenação retroactiva cria um precedente muito perigoso”, pois todos os repórteres que alguma vez tenham criticado o governo poderão vir a ser perseguidos, e informou que J.S. Tissainayagam é um dos cinco jornalistas que receberá, em Novembro, o Prémio Internacional de Liberdade de Imprensa 2009.

Também a RSF vai distinguir J.S. Tissainayagam com o primeiro Prémio Peter Mackler, destinado a jornalistas que demonstrem grande coragem e integridade profissional em países onde a liberdade de imprensa não é respeitada e cuja cerimónia de entrega está marcada para 2 de Outubro, em Washington.

A prova de que o Sri Lanka é um desses países onde não há respeito pela liberdade de imprensa é avançada pelo IPI, que recorda que desde 2006 foram mortos 12 jornalistas na ilha e muitos outros foram detidos, ameaçados ou assediados. Aliás, o próprio J.S. Tissainayagam diz ter sido coagido a assinar a confissão que foi usada contra si pelo tribunal.

Familiares e advogados do jornalista já disseram que este irá recorrer da sentença até ao Supremo Tribunal e que se mesmo assim não conseguir invertê-la tentará o último recurso: um perdão presidencial.

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