Os jornalistas europeus condenam as empresas de comunicação social por se recusarem a aceitar os planos da União Europeia para melhorar as condições de assistência médica e de segurança dos jornalistas “freelance”.
A Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) lamenta, em comunicado, “a indiferença brutal e inaceitável” das empresas de média em relação aos “freelances”. A federação e o respectivo grupo de peritos na área do “freelance” consideram que a recusa da Associação Europeia de Editores de Jornais em aceitar as recomendações apresentadas pelo Conselho da Europa mostra que as empresas colocaram “os lucros à frente da segurança”.
A FEJ afirma ainda que aquela associação ignorou o contributo dos “freelances” para a indústria do jornalismo. Para a organização, não pode haver discriminação entre os jornalistas empregados a tempo inteiro, a tempo parcial ou com contrato a prazo e os jornalistas “freelance”. Todos devem beneficiar da mais ampla protecção possível, nos campos da saúde e da segurança.
As recomendações propostas pelo relator Manuel Pérez Alvarez, do Comité do Emprego e dos Assuntos Sociais, são apoiadas pela FEJ. A organização dos jornalistas europeus estranha os motivos para a resposta negativa da associação de editores, para a qual “os jornalistas independentes gozam de uma grande flexibilidade, liberdade de organização e benefícios fiscais”.
Os dados mostram o contrário. Apenas na Dinamarca, Suíça e Alemanha os “freelance” beneficiam de garantias sociais. Muitos jornalistas na Europa aderiram a este sistema por imposição dos empregadores.
A FEJ vai opor-se firmemente às intenções dos empregadores e lança-lhes o desafio de ter um mínimo de respeito “pela saúde, segurança e bem-estar de todos os que contribuem para a prosperidade das empresas de jornalismo na Europa”.