Parlamento Europeu aprova proteção às fontes jornalísticas

Relatório da eurodeputada Virginie Rozière mereceu amplo apoio. FEJ e outras entidades internacionais pedem à Comissão Europeia que transforme a situação numa diretiva. Em Estrasburgo foi ainda guardado um minuto de silêncio como homenagem a Daphne Caruana Galizia, jornalista maltesa assassinada à bomba.

O documento da eurodeputada Virginie Rozière sobre a necessidade de proteção total às fontes jornalísticas mereceu ampla aprovação hoje no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Segundo refere a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), do total de 666 eurodeputados participantes, 399 (60%) votaram a favor do relatório na sessão plenária, 166 (25%) abstiveram-se e 101 (15%) votaram de modo desfavorável.

O relatório exige a proteção das fontes jornalísticas nos 27 países membros da União Europeia, incluindo proteção para aquelas fontes que não tenham outra hipótese que não seja apresentarem-se diretamente aos media, revelando informação de interesse público.

A FEJ, tendo ao lado parceiros como a União Europeia de Radiodifusão, Transparency International, ETUC, Eurocadres, EPSU, entre outras, solicita agora à Comissão Europeia que transforme em diretiva, o mais depressa possível, aquilo que o Parlamento Europeu aprovou. “É o mínimo que a Comissão pode fazer depois de uma consulta pública que recebeu mais de 5.500 respostas, dando conta de que uma ampla maioria é a favor de legislação neste sentido em toda a União. Houve uma petição assinada por mais de 80 mil cidadãos e 80 organizações e, enfim, a aprovação do relatório. Existe uma dinâmica que ninguém, nem sequer a Comissão, pode ignorar”, afirmou Ricardo Gutiérrez, secretário-geral da FEJ.

A aprovação do relatório surgiu depois de ter sido guardado um minuto de silêncio no Parlamento Europeu em memória da jornalista Daphne Caruana Galizia assassinada num atentado à bomba em Malta no passado dia 16.

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