“Ou isto muda ou isto morre”

Debate no Sindicato dos Jornalistas juntou o jornalista Cesário Borga, o sociólogo Elísio Estanque e candidatos da Lista B.

A “cultura morna” da actual direcção do Sindicato dos Jornalistas “não leva a lado nenhum”, critica Cesário Borga, antigo presidente do Sindicato dos Jornalistas. “Ou isto muda e se renova ou isto morre”, afirmou.

Apoiante da Lista B, que concorre às eleições de 18 de Dezembro para o Sindicato dos Jornalistas, Cesário Borga falava esta quinta-feira à noite na sede do Sindicato dos Jornalistas, em Lisboa, no âmbito de um debate informal.
“Têm tentado nos últimos anos regular este sindicato com os mesmos métodos dos outros sindicatos”, sustenta Cesário Borga. “Isso leva à morte do Sindicato dos Jornalistas, que tem de estar com voz própria no vulcão dos acontecimentos, políticos e sociais, não pode aparecer com comunicados serôdios depois de uma crise.”

O debate, promovido pela Lista B, juntou à mesma mesa o sociólogo Elísio Estanque e Cesário Borga, presidente do Sindicato dos Jornalistas em 1983. Estiveram ainda presentes os candidatos da Lista B Sofia Branco, Ana Luísa Rodrigues, Ricardo Alexandre e São José Almeida.

“O sindicalismo tem que se reinventar, no discurso e na forma, para chegar às bases”, disse Elísio Estanque. “A transparência tem de ser demonstrada na prática em vez de ser apenas um discurso.”

Especialista em sindicalismo e relações laborais, Elísio Estanque sublinhou que o sindicalismo vive sob “ameaça interna e externa”. “A ameaça externa é a pressão económica e o sistema dos mercados, a ameaça interna vem, pelo menos, do início do século XX: é a burocracia, são as oligarquias que se formam dentro dos sindicatos e se desligam das bases”, explicou.

Outro problema que afecta os sindicatos, disse o sociólogo, é a “influência do campo partidário, com a sua cultura de controlo e seguidismo”.

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