Organismo internacional para defender jornalistas

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) decidiu lançar um instituto internacional para a segurança dos jornalistas, em resposta ao assassinato de 67 jornalistas e profissionais dos média em 2002.

“Está na hora de a comunidade internacional e a indústria dos média unirem esforços numa campanha para perseguir todos os que atacam jornalistas que colocam perguntas difíceis e ajudam à preservação da democracia”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White.

A necessidade de reduzir riscos levou a FIJ e o International Press Institute a lançarem, em conjunto com 80 organizações, incluindo sindicatos, associações de defesa da liberdade de Imprensa e organismos internacionais, o International News Safety Institute, cujo arranque está previsto para o início de 2003.

“O mundo está a tornar-se um lugar cada vez mais perigoso para os jornalistas”, afirmou o secretário-geral da FIJ, o que torna necessária “uma nova cultura de segurança que reduza os riscos para os repórteres, sem afectar o direito dos média a cobrir histórias que têm de ser contadas”.

O relatório anual da FIJ lembra que 67 jornalistas e profissionais dos média foram assassinados em 2002, em três continentes, quando investigavam casos de corrupção, terrorismo e actividade criminosa.

A FIJ salienta o julgamento do homicídio do jornalista Carlos Cardoso, que está a decorrer em Moçambique, como um dos factos positivos de 2002. Mas muitos outros casos de assassínios de jornalistas permanecem inexplicados. É o que acontece na Ucrânia, quanto à morte de Gyorgy Gongadze, ou na Irlanda do Norte, onde estão por encontrar os responsáveis pela morte de Martin O´Hagan.

A América Latina continua a ser a zona do globo onde mais jornalistas perderam a vida, de acordo com os dados da FIJ. O caso mais grave é a Colômbia, onde dez jornalistas foram mortos este ano, o que levou a federação a abrir, em Outubro, um escritório em Bogotá.

Partilhe