Onze jornalistas feridos em confrontos na Bolívia

Confrontos entre plantadores de coca e agentes da autoridade a 8 de Janeiro em Cochabamba, na Bolívia, fizeram onze feridos entre os jornalistas que cobriam os incidentes, noticiou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).

Exigências de maior autonomia para a província proferidas pelo governador Manfred Reyes Villa, aliado da oposição a Evo Morales, estiveram na génese do protesto dos camponeses, que tentaram invadir as instalações do governo regional e acusaram os jornalistas de estarem contra o antigo plantador de coca que foi eleito presidente da Bolívia em Dezembro de 2005.

Balas de borracha e gás lacrimogéneo provocaram ferimentos nos fotógrafos Jorge Abregó, da agência Fides, e Noé Portugal, do jornal “Los Tiempos”, e no correspondente da Agencia Bolivariana de Información (ABI) Efraín Muñoz.

O fotógrafo freelance Raúl Guevara sofreu ferimentos ligeiros e viu o seu equipamento danificado, enquanto a sua camarada de profissão Elizabeth Paravisini, do diário local “Los Tiempos”, foi ameaçada por manifestantes e perdeu o seu material de trabalho.

Mais graves foram as agressões a Efraín Gutiérrez, da rádio La Chinawa, que foi agredido com violência por funcionários do governador e por polícias à paisana, e a Cristián Rivero, repórter da estação televisiva Bolivisión, atingido à paulada por manifestantes.

Os manifestantes foram ainda responsáveis por ferimentos infligidos aos repórteres Maria Elena Soria e Limbert Sánchez, ao técnico de som Víctor Cabezas e ao operador de câmara Alfredo Orellana, todos da Univalle Televisión, tendo este último ficado dois dias hospitalizado devido a ferimentos graves na cabeça.

O CPJ e a Repórteres Sem Fronteiras instaram as autoridades a investigar os ataques a jornalistas e a punir rapidamente os responsáveis.

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