Observatório ibérico dos media digitais recebe 1,47 milhões de euros da Comissão Europeia 

Liderado em Portugal pelo ISCTE, o IBERIFIER é um dos oito observatórios regionais promovidos com fundos europeus para investigar a desinformação

O ISCTE, em Portugal, e a Universidade de Navarra, em Espanha, obtiveram o apoio da Comissão Europeia para liderar um consórcio de 23 instituições portuguesas e espanholas que irá criar um observatório para investigar os meios digitais e identificar as ameaças de desinformação. A Associação Literacia Para os Media e Jornalismo (ALPMJ) é uma das envolvidas no projeto, dando seguimento ao trabalho desenvolvido nos últimos anos na área da literacia para os media (https://cenjor.net/literacia/).

Com um financiamento de 1,47 milhões de euros, o IBERIFIER é um dos oito polos regionais que farão parte do Observatório Europeu dos Media Digitais da Comissão Europeia.

O observatório é composto por doze universidades, cinco organizações de verificação e agências noticiosas, e outros seis centros de investigação multidisciplinares. A equipa de investigadores que irá liderar o consórcio é composta pelo investigador principal (IP) do projeto, Ramón Salaverría (Universidade Navarra), tendo a investigação portuguesa a coordenação conjunta dos investigadores Gustavo Cardoso, Miguel Crespo e Vítor Tomé (CIES-Iscte), Vania Baldi (Universidade Aveiro) e Miguel Paisana (OberCom).

Este novo observatório irá centrar a sua investigação em cinco linhas de trabalho. Em primeiro lugar, investigará as características e tendências do ecossistema ibérico dos meios digitais. Desenvolverá também tecnologias computacionais para a deteção precoce da desinformação. Além disso, verificará e refutará a desinformação no território ibérico, reportando à Comissão Europeia. Irá também preparar relatórios estratégicos sobre ameaças de desinformação, tanto para conhecimento público como para as autoridades em Espanha e Portugal. Por fim, trabalhará também em iniciativas de alfabetização mediática destinadas a jornalistas, jovens e à sociedade no seu conjunto.

Segundo o professor catedrático Ramón Salaverría, líder do projeto, o lançamento do IBERIFIER “é um marco na investigação dos media digitais, pois criará um observatório de alto nível, composto por mais de 70 investigadores, especializados em áreas como a comunicação digital, computação, ciência de dados e análise estratégica”.

Para Gustavo Cardoso, professor catedrático do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, que lidera a equipa portuguesa, o lançamento do IBERIFIER “representa o nascimento de uma resposta integrada aos desafios da desinformação a partir da Europa, mas com alcance no mundo falante de português e castelhano”.

O IBERIFIER conta em Portugal com a participação do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, da Universidade de Aveiro, do Polígrafo, da Lusa – Agência de Notícias de Portugal, do OberCom – Observatório da Comunicação, do Cenjor – Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas, e da Associação Literacia Para os Media e Jornalismo.

O IBERIFIER é um dos oito observatórios de meios digitais e desinformação aprovados pela Comissão Europeia. Os outros sete são o Ireland Hub da Dublin City University (Irlanda); EDMO BE/NL do Stichting Nederlands Institute voor Beeld en Geluid (Países Baixos); Central European Digital Media Observatory (CEDMO) da Univerzita Karlova (República Checa); NORDIS – NORdic observatory for digital media and information DISorders, da Aarhus Universitet (Dinamarca), Belgium-Luxembourg Research Hub on Digital Media and Disinformation (EDMO BELUCOX), de Vrije Universiteit Brussel (Bélgica); DE FACTO Observatory of Information, da Fondation Nationale des Sciences Politiques (França); e do Observatório Italiano dos Meios Digitais; da Luiss Libera Università Internazionale degli Studi Sociali Guido Carli (Itália).

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