Observatório Francês dos Média critica concentração

A União Europeia autorizou, a 18 de Junho, a venda de cerca de 70 publicações do grupo Hersant à empresa de fabrico de armas Dassault. Para o Observatório Francês dos Média, a decisão transformou aquela data num “dia triste para a independência dos meios de informação, de comunicação e de educação”.

Entre as publicações agora pertença da Dassault estão o “Le Figaro”, o “L’Express” e cerca de um terço da imprensa diária regional francesa.

Deste modo, a empresa de armamento segue um caminho semelhante ao da sua congénere Lagardère, que comprou as edições da Vivendi Universal com o aval do governo francês, e ao da holding financeira Wendel, cujo presidente controla grande parte da produção de dicionários e manuais escolares em França.

O Observatório denuncia ainda as intenções do executivo de Jean-Pierre Raffarin – prestes a serem aceites pela Comissão Europeia – em agrupar a TF1 e as estações de televisão públicas e criar a Chaîne d’Information Internationale (CII), financiada por fundos públicos mas dirigida pelo grupo privado BTP Bouygues.

A organização refere também a flexibilização das regras anti-concentração, especialmente no que respeita às autorizações de emissão das televisões regionais, em virtude de uma lei adoptada a 3 de Junho.

Considerando estar em causa a liberdade de imprensa, o Observatório lançou uma petição em prol de uma informação livre e pluralista, já subscrita por diversas organizações e individualidades.

No texto da petição, o Observatório denuncia o controlo crescente de algumas empresas sobre o jornalismo e a comunicação “sem que haja a reacção apropriada de qualquer autoridade ou poder”, o que está a permitir o “reforço dos meios de difusão das doutrinas mais favoráveis aos interesses financeiros”.

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