Obama justifica a não revelação de fotos de tortura

O presidente norte-americano Barack Obama aproveitou um discurso acerca da base militar de Guantanamo e da segurança nacional para justificar as razões do recente volte-face na divulgação de fotografias que documentavam actos de tortura por parte de tropas dos EUA, ordenada pelo Tribunal de Recurso de Manhattan.

“Os indivíduos que violaram os padrões de comportamento nestas fotos foram investigados e responsabilizados. Não há dúvidas de que o que surge nas fotos é errado e nada foi escondido para absolver os culpados. Contudo, ouvida a minha equipa de segurança nacional, concluí que libertar estas fotos inflamaria a opinião anti-americana e colocaria em perigo as tropas dos EUA em teatros de guerra”, afirmou Obama.

Inicialmente, Barack Obama tinha concordado em não recorrer da decisão de tornar públicas as imagens para o Supremo Tribunal, mas agora a Casa Branca admite fazê-lo até à data limite de 9 de Junho, por considerar que “com a libertação destas fotos não se ganha nada que seja mais importante do que as vidas dos cerca de 200 mil americanos que servem o país” em missões militares no estrangeiro.

O presidente norte-americano falou ainda acerca do privilégio dos segredos de Estado, que nos últimos anos foi cada vez mais invocado pela administração para não revelar informação sensível, uma situação que preocupa Obama pelos abusos que pode originar, uma vez que “não devemos proteger informação apenas porque revela a violação de uma lei ou embaraça o governo”.

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