O jornalista italiano Enzo Baldoni foi assassinado, segundo a televisão Al-Jazira, que informou, dia 26, ter recebido imagens que mostravam o jornalista morto. Com este assassínio, eleva-se a 47 o número de jornalistas e outros profissionais da informação mortos no Iraque desde o início da ocupação.
Enzo Baldoni foi assassinado pelo “Exército Islâmico do Iraque”, que o raptara a 19 de Agosto, quando acompanhava um comboio da Cruz Vermelha que se dirigia para Najaf.
“Assassínio estúpido de um querido camarada,” foi como Aidan White, secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) classificou o assassinato de Enzo Baldoni, de 56 anos, que tinha “a reputação de possuir o que de melhor o jornalismo tem para oferecer”.
“Era um profissional comprometido com as causas humanitárias. O seu assassínio lembra que não há valores civilizados entre os que tomam jornalistas como alvo em busca de exigências impossíveis”, acrescentou o secretário-geral da FIJ.
O secretário-geral da Federação Nacional da Imprensa Italiana, Paolo Serventi Longhi, disse que “o assassínio de Enzo Baldoni suscita horror e repúdio e quem o cometeu deve pagar duramente”, e interrogou-se se “terá sido feito mudo o que deveria ter sido feito para salvar a sua vida?”.
Os raptores tinham ameaçado matar Enzo Baldoni, a menos que a Itália retirasse os 3000 militares que tem no Iraque, no prazo de 48 horas.
No Iraque continuam desaparecidos, desde 19 de Agosto, os jornalistas Christian Chesnot, da “Radio France Internationale” (RFI), Georges Malbrunot, do diário francês “Le Fígaro”.
Jornalistas detidos em Najaf
A polícia iraquiana ameaçou e deteve 60 jornalistas, na noite de 25 de Agosto, na cidade de Najaf, informa o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).
A polícia assaltou o hotel Bahr Najaf, onde estão hospedados muitos profissionais da informação, obrigou cerca de 60 jornalistas a entrarem em camiões que os transportaram a uma esquadra onde estiveram detidos cerca de uma hora.
Aos jornalistas foi dito pela polícia iraquiana que tinham sido detidos como represália pela transmissão, pela televisão Al-Arabiya, de uma reportagem que informava que o ayatollah Ali Husseini al-Sistani chegaria a Najaf à frente duma grande manifestação, o que teria causado grande perturbação e era uma incitação à violência.
Ann Cooper, directora executiva do CPJ, apelou ao governo iraquiano “para pôr fim a estas acções”, comentando que “o governo acha que tem o direito de suprimir qualquer reportagem que considere censurável”, o que contraria as suas declarações de respeito pela liberdade de imprensa.