O Departamento de Defesa dos Estados Unidos emitiu, a 10 de Setembro, novas regras para os jornalistas que cobrem as “comissões militares” na base militar de Guantanamo, em Cuba, as quais representam, segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) um primeiro passo positivo para o diálogo.
Demonstrando preocupação pelo controlo que as forças armadas continuam a exercer sobre o trabalho jornalístico naquele local e frisando que ainda é preciso ver como será a aplicação prática das medidas, a RSF destaca que, ao abrigo das novas regras, os jornalistas já não correm o risco de ser expulsos ou impedidos de entrar em Guantanamo em virtude de informação que noticiem obtida fora daquela base militar.
Outra grande alteração, segundo a RSF, é que o Pentágono deixará de eliminar automaticamente fotografias e vídeos cujo conteúdo seja considerado “protegido”, embora continue a verificar as imagens captadas e a exigir, sempre que considerar necessário, a edição de vídeos e imagens por parte do fotógrafo ou operador de câmara.
Além disso, os jornalistas passam a poder efectuar um recurso por escrito para contestar uma recusa de acesso a determinadas informações por parte do gabinete de relações públicas e, segundo o advogado David Schulz, que representa várias organizações noticiosas, uma remodelação do sítio do Pentágono, em Dezembro, permitirá que documentos relativos a julgamentos militares em Guantanamo passem a estar listados.
“Ainda estou a estudar as novas regras. Elas deixam espaço para o optimismo, especialmente a parte que esclarece que não é crime publicar informação já tornada pública, mesmo que esta esteja classificada como ‘Informação protegida’”, afirmou Carol Rosenberg, repórter do “Miami Herald” que foi impedida de entrar em Guantanamo em Maio passado.