Nova vaga de ataques a jornalistas na Argélia

As sentenças de prisão a que foram recentemente condenados vários repórteres na Argélia preocupam a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que acusa as autoridades do país por estarem a atentar contra o jornalismo independente.

A 4 de Novembro, Sid Ahmed Simiane, antigo jornalista do diário “Le Matin” que se encontra presentemente a residir em França, foi condenado a seis meses de prisão na sequência de uma queixa do ministro da Defesa.

No mesmo dia, Farid Alilat, editor-executivo do “Liberté”, foi condenado a quatro meses de prisão com pena suspensa e ao pagamento de uma multa de 1200 euros por alegadamente ter insultado o chefe de Estado.

O mesmo tribunal também multou Mohamed Benchicou, editor-executivo do “Le Matin”, em 1200 euros, e a 16 de Novembro colocou-o sobre custódia por transportar acções estrangeiras para o país, o que, de acordo com peritos legais, não é contrário à lei.

Já a 6 de Novembro, Hassan Bourras, correspondente de diversos diários, como “El Djazaïri” e “El Youm”, foi sentenciado a dois anos de prisão após ter escrito dois artigos sobre corrupção no “El Djazaïri”. Ainda segundo a condenação, o jornalista não poderá exercer a profissão durante cinco anos e está obrigado ao pagamento de uma multa de 2400 euros.

Apesar de ter sido libertado temporariamente a 2 de Dezembro, Hassan Bourras passou três semanas preso e esteve em greve de fome até que, a 1 de Dezembro, o tribunal começou a julgar o seu pedido de recurso.

Face a esta situação, a FIJ apela às autoridades argelinas para que retirem as condenações aplicadas aos jornalistas e respeitem os princípios de liberdade de imprensa, uma vez que é “inaceitável que os jornalistas sejam presos por exercer a sua profissão”, quando deviam poder trabalhar livres de ameaças e medidas de silenciamento.

A FIJ, que a 24 de Outubro assinalou um dia de solidariedade com os jornalistas da Argélia como reacção a uma onda de suspensão de jornais, detenção de editores e jornalistas, e aumento da pressão sobre os títulos independentes devido às eleições do próximo ano no país, chama agora a atenção para a necessidade de intervenção internacional.

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