Narcotraficante confessa assassinato de repórter mexicano

O alegado líder de um gangue de tráfico de droga mexicano confessou, a 29 de Maio, ter morto Noel López Olguín, colunista de um pequeno jornal do Estado de Veracruz que estava desaparecido desde Março.

Noel López Olguín escrevia para o jornal “La Verdad de Jáltipan” e foi sequestrado a 8 de Março por homens armados, tendo o exército mexicano detido no passado domingo Alejandro Castro Chirinos, de 36 anos, alegado narcotraficante que admitiu ter morto o jornalista.

Repórteres que cobrem o estado de Veracruz afirmaram que o grupo de Alejandro Castro Chirinos tem bastante poder na área de Jáltipan e que a polícia se mostra incapaz de o combater, havendo agentes que trabalham para o grupo criminoso.

De acordo com a família de Noel López Olguín, este escrevia para o “La Verdad de Jáltipan” e era correspondente e fotógrafo de diversos jornais do estado de Veracruz, incluindo os semanários “Noticias de Acayucan” e “Horizonte”.

Porém, os proprietários e os editores desses meios preferiram manter a distância entre si e o colunista assassinado, dizendo ao Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que Noel López trabalhara para eles mas há vários anos, ou apenas um par de vezes durante o ano passado. Alguns disseram que ele nunca trabalhara no jornal, havendo colegas do repórter no La Verdad que asseguraram jamais ter ouvido falar dele.

Uma atitude que terá na sua origem o receio de represálias, já que os proprietários do “La Verdad” – onde Noel López publicou crónicas e colunas em que criticava abertamente a corrupção local – foram sequestrados em Fevereiro e mantidos reféns por homens armados durante várias horas.

A violência relacionada com o narcotráfico torna o México um dos países mais perigosos para os jornalistas segundo o CPJ, que sublinhou o facto de já terem sido mortos 11 jornalistas desde 2010, três dos quais como retaliação pelo seu trabalho.

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