O Sindicato dos Jornalistas (SJ) rejeita, lamenta e denuncia o ataque, a calúnia de que os jornalistas foram alvo nas palavras do presidente do partido Chega quando disse que os jornalistas são “os inimigos do povo”.

O SJ lembra que o mesmo tipo de acusação já foi usada por outras forças políticas de outras nações, incluindo de líderes considerados anti-democráticos, como reação ao trabalho de escrutínio das ações, declarações e coerência das figuras e forças políticas. Um trabalho essencial para o funcionamento pleno da democracia, como é amplamente reconhecido.

Além destas declarações de incitamento contra os jornalistas, o partido Chega manipulou um vídeo atribuído à SIC e divulgou-o nas suas redes sociais com o objetivo de criar uma versão alternativa de factos relatados por jornalistas no cumprimento das suas funções através de uma ação propositada de desinformação.

Dada a gravidade das duas situações, o SJ não encontra neste momento condições para responder de forma afirmativa ao pedido para uma reunião feito pelo deputado do Chega e vice-presidente da 12ª comissão, Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, Jorge Galveias.

Apesar de não conhecer a agenda do encontro, o SJ estava disposto a escutar o que o deputado do partido Chega teria a comunicar.

O SJ entende que não existem condições para uma reunião com quem ataca com o objetivo de desacreditar e caluniar a classe profissional jornalística e os meios de comunicação social.

O SJ espera que o partido Chega esclareça qual a importância que atribui ao jornalismo livre e independente e se retrate relativamente às declarações do seu líder, que o SJ entende serem profundamente injustas e apontam para um retrocesso nos valores democráticos de quem devia estar na linha da frente na sua defesa.