A par da iniciativa de propõr às associações representativas do patronato uma reunião conjunta para analisar a situação de crise no sector da comunicação social, o SJ dirigiu, a todos os seus associados, uma exortação à solidariedade activa com todos os trabalhadores que estão a ser alvo de medidas de reestruturações, dispensas, rescisões e despedimentos.
1. O Sindicato dos Jornalistas acompanha com extrema preocupação os processos de emagrecimento em várias empresas, resultantes ora da reorientação de estratégias ora da propalada crise do sector.
2. A sua principal preocupação é a de evitar que recaia sobre os jornalistas o ónus de responsabilidades que cabem, antes de mais, às empresas, ao mesmo tempo que visa assegurar que sejam o menos sacrificados possível nas situações em que se demonstre se absolutamente indispensável proceder a medidas semelhantes.
3. Para conseguir tais objectivos, é indispensável que todos os jornalistas – os abrangidos pelas medidas de reestruturação, mas também os que permanecerão nas empresas – se consciencializem, antes de mais que:
a) O primeiro direito de um jornalista – como qualquer outro trabalhador – não é uma qualquer indemnização, mas sim o de ter trabalho;
b) Nas eventuais situações de crise – geral ou nas empresas – a experiência, a competência, a dedicação e o esforço de todos constituem alavancas indispensáveis a qualquer processo de recuperação, quando devidamente mobilizados e orientados;
c) Nas eventuais situações de crise – geral ou nas empresas – o despedimento de pessoas, qualquer que seja o seu grupo profissional ou lugar no processo produtivo, não constitui necessariamente a melhor forma de diminuir os custos e/ou de melhorar a produtividade;
d) Os jornalistas têm o direito de contribuir para a construção de soluções alternativas, quer através dos conselhos de redacção, aos quais cabe coadjuvar os directores na orientação do órgão de informação, quer através das estruturas sindicais, às quais cabe intervir em matéria laboral.
4. Para conseguir tais objectivos é igualmente indispensável que hoje mais do que nunca sejamos chamados a afirmar activamente a nossa solidariedade para com aqueles que são objecto de medidas de emagrecimento das empresas e para com aqueles que, mais tarde ou mais cedo, possam vir a ser igualmente vítimas de tais processos.
5. As formas de exprimir tal solidariedade vão da complexa actividade dos representantes dos jornalistas aos mais pequenos gestos no quoditiano, como seja o de continuarmos a tratar como camaradas de trabalho que sempre estimámos aqueles cujo despedimento está em vias de consumar-se.