Na morte de Helena Vaz da Silva

O Sindicato dos Jornalistas manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Helena Vaz da Silva, jornalista e presidente do Centro Nacional de Cultura, ocorrido na noite do dia 12 de Agosto de 2002.

Helena Vaz da Silva era sócia do Sindicato dos Jornalistas, com o n.º 488, desde 1975, ano em que iniciou a carreira profissional de jornalista, no “Expresso”. Depois, trabalhou na RTP, na Anop, na Lusa e na RDP-Rádio Comercial. Mais tarde, devido a interrupções no exercício da profissão, optou pelo estatuto de “freelance”.

Nascida em 1939, em Lisboa, Helena Vaz da Silva teve desde jovem uma forte intervenção cívica, primeiro de carácter essencialmente cultural e, após o 25 de Abril, também político. Chegou a ser deputada ao Parlamento Europeu, eleita como independente pelo PSD.

Aos 24 anos foi co-fundadora da revista “O Tempo e o Modo”, uma publicação ligada ao movimento progressista católico de oposição ao regime salazarista, e aos 26 tornou-se responsável pela edição portuguesa da revista internacional de teologia “Concilium”.

Nos anos 70, participou na fundação da revista “Raiz e Utopia”, projecto que levou para o Centro Nacional de Cultura, onde desenvolveu uma vasta e diversificada actividade que a guindou à presidência do Centro.

Helena Vaz da Silva desempenhou diversos cargos oficiais, entre os quais o de presidente da Comissão Nacional da UNESCO. Desde 5 de Junho passado presidia à Comissão de Reflexão para o Serviço Publico de Televisão, nomeada pelo Governo.

A morte, devida a cancro, arrebatou Helena Vaz da Silva aos 63 anos de idade, cortando uma carreira da qual era legítimo esperar novas contribuições para a vida cultural portuguesa.

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