Na morte de Fernando Balsinha

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas recebeu com profundo pesar a notícia da morte de Fernando Balsinha, jornalista que dedicou quase toda a sua carreira à RTP e que, em 25 de Abril de 1974, leu o primeiro comunicado do Movimento das Forças Armadas emitido pela televisão.

Fernando Balsinha faleceu no sábado, 8 de Março de 2003, em Lisboa, vítima de cancro, aos 55 anos. Era sócio do Sindicato dos Jornalistas e iniciara a sua carreira jornalística na rádio, no princípio da década de 70, abandonando a licenciatura em Medicina, quando se encontrava no quarto ano.

O jornalista entrou para os quadros da televisão do Estado em 1973. No ano seguinte, a 25 de Abril, foi o primeiro a anunciar, através da televisão, que o MFA ocupara os estúdios da RTP e que estava em marcha a deposição da ditadura de Marcello Caetano.

Ao longo de uma carreira de três décadas, ocupou diversos cargos na televisão pública, nomeadamente o de director de Informação. Foi também o primeiro director da RTP-Açores.

Fundou a delegação da RTP em Bruxelas, a primeira que a televisão pública abriu fora de Portugal e, durante cinco anos, manteve-se como correspondente para as questões europeias na capital belga.

Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Independente, Fernando Balsinha desempenharia funções oficiais quando Portugal ocupou a presidência europeia pela primeira vez, em 1992. Foi porta-voz do Conselho de Ministros europeu e nos, anos seguintes, trabalhou como assessor de Imprensa do então comissário europeu João de Deus Pinheiro.

Regressado à RTP, integrou o Conselho de Administração da empresa em 1995. O último cargo que ocupou na estação foi o de director de Relações Internacionais.

O corpo do jornalista está em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, de onde o funeral sairá para o Cemitério dos Olivais, esta tarde, às 15 horas.

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas apresenta os mais sentidos pêsames à família de Fernando Balsinha.

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