Na morte de David Lopes Ramos

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) tomou conhecimento com profundo pesar do falecimento do jornalista David Lopes Ramos, de 63 anos, ocorrido hoje, 29 de Abril, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa.

Nascido a 26 de Janeiro de 1948 em Pardilhó, Estarreja, David Lopes Ramos manteve sempre uma profunda ligação à sua terra, tendo deixado expressa a vontade de que as suas cinzas fossem deitadas nas águas da Ria de Aveiro.

Enquanto estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, no final dos anos 1960, participou activamente nas movimentações estudantis. Residiu na república estudantil “Ninho dos Matulões” e f oi membro do secretariado do Conselho das Repúblicas, que patrocinava o movimento estudantil.

Em 1971, iniciou-se na profissão de jornalista na revista Vértice, com Joaquim Namorado. Chamado para o serviço militar em 1973, David Ramos foi enviado para os Açores, onde viveu por dentro o 25 de Abril de 1974. Ernesto Melo Antunes e Vasco Lourenço envolveram-no no Movimento das Forças Armadas (MFA). Ainda no serviço militar, foi adido de imprensa de Vasco Gonçalves, primeiro-ministro em 1975.

Regressou ao jornalismo ainda em 1975, na redacção do “Diário de Notícias”, da qual foi suspenso na sequência do 25 de Novembro desse mesmo ano. Fez parte do grupo de fundadores do jornal “O Diário”, em 1976, onde a par da actividade jornalística começou a fazer crónicas de gastronomia nos anos 1980.

Em 1989 fez parte do grupo de fundadores do jornal “Público”, onde se manteve até se reformar há alguns meses.

David Lopes Ramos era sócio do SJ desde 1976, com o n.º 569. No biénio de 1996/1997 foi membro efectivo do Conselho Geral e ainda tesoureiro suplente nos corpos gerentes de 89/90 e presidente substituto nos corpos gerentes de 1993/1994.

Reconhecido pelos seus pares como o melhor crítico de gastronomia e de vinhos do País, David Lopes Ramos era apreciado não apenas pela excelência da sua escrita e profundo conhecimento dos temas que abordava, mas também pelas suas qualidades humanas e pela sua dedicação às causas que abraçava.

O corpo estará em câmara ardente a partir das 16 horas na igreja S. Tomás de Aquino na Estrada da Luz, em Lisboa. O funeral realiza-se amanhã, pelas 12h45, para o cemitério do Alto de São João, onde será cremado às 14h00.

A Direcção do SJ apresenta as mais sentidas condolências aos familiares e amigos do camarada de profissão agora desaparecido.

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