Museu da Imprensa promove exposições alusivas ao 25 de Abril

Uma mostra composta por trinta jornais publicados entre 25 de Abril e 1 de Maio de 1974 é inaugurada sábado, dia 22, na Junta de Freguesia de Milheirós, na Maia, e o Auditório Municipal de Vila do Conde recebe a partir de dia 24 a exposição “Lápis Azul: a Censura do Estado Novo”. A iniciativa é do Museu Nacional da Imprensa (MNI), que prossegue assim a sua política de descentralização.

Na Maia estarão publicações periódicas já extintas, como “O Século”, “Diário de Lisboa”, “República”, “O Comércio do Porto” e “A Capital”, e outras em circulação, como o “Diário de Notícias”, “Jornal de Notícias”, “Diário de Coimbra” e “Voz Portucalense”. Também faz parte da mostra a publicação humorística “Sempre Fixe”, que apresenta desenhos famosos de Siné e João Abel Manta.

De entrada livre e patente na Galeria de Exposições da Junta de Freguesia de Milheirós até 6 de Maio, todos os dias entre as 9 e as 20 horas, a mostra “Jornais de Abril” percorre a primeira semana da “Revolução dos Cravos” e permite ver que, na manhã do dia 25, ainda funcionaram os Serviços de Censura.

A censura é exactamente o tema da exposição que o MNI leva até ao Auditório Municipal de Vila do Conde, entre 24 de Abril e 14 de Maio, com entrada livre e horários de visita entre as 15 e as 23 horas, de terça-feira a domingo.

Esta mostra apresenta mais de uma centena de documentos ilustrativos do largo espectro da actuação censória que vigorou em Portugal durante 48 anos, desde o golpe militar de 1926 até à revolução de 25 de Abril de 1974.

Composta por vários núcleos, de forma a contemplar os diversos sectores da actividade informativa e cultural em que funcionaram os mecanismos censórios, a exposição mostra-nos dezenas de provas de censura na imprensa, ordens dos censores relativamente aos filmes de cinema, autos de busca e apreensão de livros nas tipografias, editoras, livrarias e fronteiras, processos movidos contra cantores e as letras de canções proibidas, assim como guiões, ofícios, notificações e cartazes que atestam a acção do “lápis azul” no campo do teatro.

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