Missão internacional ao Nepal

Doze organizações internacionais vão participar entre 20 e 25 de Março numa missão conjunta ao Nepal, na sequência das notícias recorrentes de violações da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão naquele país asiático.

Esta missão é uma continuação directa de uma outra efectuada em Julho de 2005, mas conta com um número superior de organizações, o que demonstra a preocupação internacional crescente com a forma como o rei Gyanendra tem atacado estas liberdades fundamentais no país que governa.

As organizações envolvidas são a Article 19, a Free Voice, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a International Freedom of Expression Exchange (IFEX), a International Media Support, o Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (INSI), o Instituto Internacional de Imprensa (IPI), a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a Comissão de Imprensa do Sul da Ásia, a UNESCO, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) e o Comité Mundial de Liberdade de Imprensa (WPFC).

Governo ameaça jornalistas que escrevam sobre maoístas

Entre os casos mais recentes de ataques à liberdade de imprensa estão as declarações de 12 de Março do ministro do Interior nepalês, que ameaçou tratar como cúmplices os jornalistas que façam notícias sobre os rebeldes maoístas.

No dia seguinte, o governo voltou a mostrar-se hostil aos jornalistas, impedindo todos, excepto alguns profissionais de órgãos estatais, de assistir a uma reunião entre empresários e funcionários governamentais em Birgunj.

Dias antes, a 8 de Março, um jornalista tinha sido detido em Tatopani e ameaçado com acusações de terrorismo por elementos da Força Policial Armada (APF), entidade que, num outro caso, tentou obrigar Pabitra Kumar Khadka, responsável pelo semanário “Sri Abhilekh”, a revelar as suas fontes numa notícia sobre agressões de elementos da APF a civis.

Jornalista libertada

Porém, nem todas as notícias oriundas do Nepal são negativas, pois a 15 de Março a jornalista Bhawana Prasain, do semanário “Majdur Aawaj”, foi libertada, após uma decisão nesse sentido de magistrados do Supremo Tribunal.

Bhawana Prasain tinha sido detida ilegalmente a 9 de Fevereiro e acusada, sem provas, de pertencer à guerrilha maoísta, quando participava numa manifestação em Katmandu contra o regime do rei Gyanendra.

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