Militares ocupam televisão e rádio públicas no Paquistão

A declaração do Estado de emergência no Paquistão a 4 de Novembro foi acompanhada da ocupação da televisão e da rádio públicas por parte de militares, enquanto os órgãos de comunicação congéneres privados foram obrigados a deixar de emitir, em virtude da

Para já, apenas os jornais continuam a salvo do controle governamental, contestando medidas do executivo como a suspensão da Constituição do país, a ilegalização das críticas às políticas do governo, a discussão de processos judiciais contra as eleições de Outubro – em que foi reeleito o general Pervez Musharraf – ou a cobertura em directo de protestos antigovernamentais.

As penalizações para quem violar as novas disposições podem ir até três anos de cadeia, multas de dez milhões de rupias (115 mil euros) e a suspensão das licenças de radiodifusão.

Contestando o envio de tropas para as redacções, o secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Aidan White, afirmou que “a eliminação da liberdade de expressão e a imposição de censura só vai aumentar os níveis de medo, a ignorância e os rumores”, frisando que “o Paquistão só encontrará paz e estabilidade através do respeito pela lei e pelo direito das pessoas a estar informadas”.

Preocupações similares demonstraram organizações como o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Sindicato Federal de Jornalistas do Paquistão, segundo o qual funcionários do Ministério da Informação e representantes do gabinete do primeiro-ministro têm prevista para hoje, 5 de Novembro, uma reunião com donos de estações de televisão e de rádio.

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