Milícias fiéis ao auto-proclamado presidente da Somália, Abdinur Ahmed Darman, esbofetearam, ameaçaram e dispararam sobre o repórter de rádio Abdullahi Yassin Jama.

O ataque ocorreu em Mogadíscio, a 16 de Outubro, após o jornalista ter entrevistado habitantes de um campo de refugiados.

A informação foi avançada pela Repórteres Sem Fronteiras, que condenou o “regime de terror” existente na Somália e enalteceu “a coragem dos jornalistas somalis”, por exercerem a profissão num país devastado há 13 anos pela anarquia e pela guerra.

Abdullahi Yassin Jama, da Radio Banadir, estava companhado por Zeynab Abukar Mohammed, jornalista da HornAfrik Radio, quando efectuou a entrevista aos refugiados do “Camp Bosnia”, cujas casas foram destruídas por fortes chuvas.

Ao que tudo indica, os milicianos pararam o jornalista à saída do campo, esbofetearam-no, confiscaram-lhe o gravador e ameaçaram-no de morte caso ouvissem na cassete declarações negativas para Abdinur Ahmed Darman, um dos poucos líderes da Somália que se recusa a reconhecer a autoridade do presidente Abdullahi Yusuf, investido a 14 de Outubro numa reunião do parlamento somali no Quénia.

Quando na gravação se ouviu uma voz feminina dizendo que esperava que o governo somali no Quénia lhe desse uma casa nova, o jornalista da Radio Banadir iniciou uma fuga, tendo conseguido escapar são e salvo aos tiros das milícias fiéis a Abdinur Ahmed Darman.