Memória

Fundado em 1983, o Clube de Jornalistas (CJ) é a maior associação portuguesa de jornalistas, não mutualista nem sindical, contando actualmente cerca de sete centenas de associados, repartidos pelos principais órgãos de informação de todo o País.

Constituído como espaço de informação e de cultura, convívio e intercâmbio de jornalistas, o CJ começou a funcionar, ainda em 1983, numa pequena sala do Sindicato dos Jornalistas. O primeiro presidente da Direcção, Manuel da Silva Costa, antigo presidente do Sindicato e um dos mais prestigiados decanos da classe, acompanhado por Nicole Guardiola, Pedro Oliveira, Eugénio Alves e Jorge Cobanco, e com o apoio, também, dos membros substitutos da Direcção, Emídio Rangel, Francisco Bélard, Nuno Sepúlveda, Pedro Vieira e Anabela Natário, sem esquecer Acácio Barradas, presidente da Comissão de Fiscalização desde a fundação do Clube, teve um papel determinante no arranque das actividades do CJ.

Tendo como objectivo prioritário a busca de uma sede própria, a equipa liderada por Silva Costa fez várias diligências junto do então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Krus Abecasis. Uma delegação dos corpos gerentes, que integrou vários sócios fundadores, entre outros Vítor Santos, Mário Zambujal, Joaquim Letria, José Carlos Vasconcelos e Augusto Carvalho, foi recebida na CML. O autarca da capital mostrou-se disponível e colocou à disposição do Clube um espaço antigo e devoluto na Rua das Trinas. Embora amplo e bem situado, o espaço, que incluía uma esplanada-jardim, estava muito degradado, carecendo de profundas obras de recuperação.

Entretanto, enquanto procedia a contactos e estudos no sentido do aproveitamento da futura sede, a Direcção arrancou com algumas das mais prestigiadas iniciativas do Clube, designadamente os Prémios Gazeta, destinados a estimular e a valorizar a qualidade profissional em todos meios – Imprensa, Rádio, Televisão e Fotojornalismo – e os Jogos Nacionais e Ibéricos de Jornalistas, visando o convívio fraterno entre os jornalistas portugueses e espanhóis.

Ainda no âmbito recreativo e lúdico, teve lugar, em 1985, o Primeiro Baile dos Jornalistas, um inesperado e bem sucedido convívio na passagem de ano que reuniu, na Gare Marítima de Alcântara, mais de um milhar de jornalistas.

Coube à Direcção seguinte, 1986-88, presidida por Fialho de Oliveira, coadjuvado por Nicole Guardiola, Pedro Oliveira, Beltrão Coelho e Anabela Natário, com o apoio ainda de Vítor Santos (presidente da Assembleia Geral) e dos membros substitutos (Eugénio Alves, Luís Ochoa, Manuel Anta, Jorge Nuno Oliveira e Carlos Pinto Santos) o início de todo o processo de recuperação do espaço cedido pela autarquia. O empenhamento desta Direcção, designadamente de Fialho de Oliveira e Beltrão Coelho, permitiu que, no final do seu mandato (que manteve e desenvolveu as já tradicionais iniciativas – Prémios, Jogos, Convívio e as viagens ao país interior, “À Descoberta de..” ) o Clube dispusesse de uma ampla e acolhedora sede, no belo edifício pombalino da Lapa.

A Direcção eleita para o biénio 1988-90, presidida por Augusto Carvalho, acompanhado por Eugénio Alves, Luís Freitas da Costa, Helena Sanches Osório e Cardoso Pinto, com o apoio também de vários elementos substitutos (Artur Queirós, Rui Romano e Carlos Pinto Santos) iniciou, graças às novas instalações – que Krus Abecasis visitou, feliz e emocionado pela qualidade do espaço municipal, recuperado sem qualquer custo para a autarquia) um novo ciclo na actividade do Clube.

A partir de então, o CJ manteve as actividades iniciadas desde a fundação e lançou outras iniciativas, nomeadamente exposições, lançamentos de livros, colóquios e conferências em colaboração com organismos congéneres nacionais ou estrangeiros, como o Sindicato dos Jornalistas, a Casa da Imprensa, o Observatório de Imprensa e a Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal, e com entidades de carácter cultural ou empenhadas na prática ou no ensino de jornalismo e noutros temas de actualidade da sociedade portuguesa.

A Direcção do biénio 1990-92, integrada pelos associados Eugénio Alves, Cardoso Pinto, Orlando Neves, Nuno Sepúlveda, Armando Pires, Guiomar Belo Marques e Eduardo Guerra Carneiro manteve as actividades anteriores e avançou com outras iniciativas, com destaque para a Figura do Mês – destinada a assinalar a personalidade que, em cada mês, mais se distinguiu -, os jantares mensais da Confraria de Jornalistas Enófilos, com figuras ligadas ao mundo do vinho, a integração, como núcleo do CJ, da Associação dos Jornalistas do Ambiente, as Noites da Lapa – convívios musicais na esplanada-jardim, no Verão -, exposições de Artes Plásticas e convívios periódicos entre jornalistas e de jornalistas com outros sectores relevantes da vida portuguesa.

Nos biénio 1992- 94, e 1994-96, o Clube foi presidido por José Carlos Vasconcelos, acompanhado por Alexandre Manuel, Luís Marques, José Carlos Rodrigues, Humberto Vasconcelos, Norma Couri e Fernando Sobral. Um incêndio ocorrido no segundo andar do prédio afectou gravemente a sede, mas a Direcção conseguiu, em tempo record, recuperar e melhorar as instalações e prosseguir as habituais iniciativas.

Nos dois mandatos seguintes, de 1996 a 2000, o Clube foi dirigido por uma equipa composta por Eugénio Alves (presidente), Daniel Ricardo, Áurea Sampaio, Ramon Font, Guiomar Belo Marques, Eduardo Guerra Carneiro, Luís Miguel Pereira, reforçada em 1997 com Vítor Ribeiro, José Fragoso e Manuel Neto. Neste período, e visando a melhoria da qualidade de serviço do Bar- Restaurante, foi negociado um protocolo de concessão desse serviço com um empresa de restauração catalã.

Essa empresa, BCN das Trinas, iniciou, em meados de 1998, após algumas obras de remodelação na cave e no rés-do-chão, um novo serviço de restaurante. O serviço teve, nos dois primeiros anos, assinalável qualidade e tornou-se um restaurante apreciado quer pela generalidade dos sócios quer por pessoas de outras áreas sociais. Todavia, e apesar das insistentes queixas e chamadas de atenção da Direcção, o concessionário do restaurante, não respeitou os compromissos assumidos e, a par da substituição dos seus melhores profissionais (Chefe de Cozinha e Chefe de Mesa, entre outros), limitou-se a rentabilizar o restaurante, aumentando os preços e degradando a qualidade do serviço, ao mesmo tempo que criava dificuldades à realização de algumas das tradicionais iniciativas do CJ, violando o protocolo assinado com o Clube..

Decidiu, então, a Direcção, eleita para o biénio 2000-2002 e composta por Eugénio Alves, Pedro Oliveira, Ribeiro Cardoso, José Fragoso, Eva Henningsen, Vítor Ribeiro e Manuel Neto, avançar – como forma de superar as dificuldades e problemas de espaço, quer para o restaurante quer para o Clube – com um projecto de construção de um jardim de inverno na esplanada. Inicialmente aberto à iniciativa, o concessionário mostrou- se, posteriormente, hostil ao projecto e, pior ainda, não aceitou negociar uma renda compatível com o espaço que ainda gere. A Direcção não teve, assim, outra alternativa que a de accionar judicialmente a BCN, prevendo uma decisão do tribunal até Julho de 2002.

Não dispondo, ainda, de receitas próprias suficientes, o CJ tem beneficiado do apoio pontual de algumas empresas e entidades públicas. A celebração, em 1995, de um protocolo de cooperação com a Portugal Telecom tem permitido a realização das suas principais iniciativas (Jogos, Exposições, Prémios Gazeta) e proporcionou condições – com o apoio também da Lisgráfica, do Inatel e do Sindicato dos Jornalistas- para o lançamento, em 2002, da Revista, “JJ- Jornalismo e Jornalistas” .

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