Duas instalações distintas de órgãos de comunicação social na Palestina foram alvo de actos de vandalismo durante esta semana, denunciaram o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

O último desses casos ocorreu a 3 de Fevereiro, quando funcionários do semanário “Al-Daar”, de Gaza, deram com a maior parte do equipamento informático destruído ao voltarem ao jornal, depois de um feriado muçulmano.

O chefe de redacção do título, Hassan al-Kashif, acredita que este vandalismo se deve à postura editorial da publicação contra a corrupção de oficiais palestinianos.

No dia anterior, de madrugada, três palestinianos mascarados e com armas automáticas, entraram nas instalações da Al-Quds Educational Television, em Ramallah, e exigiram uma “cassete”. Não obtendo resposta, espancaram um dos dois funcionários presentes e destruíram monitores e equipamento vídeo numa das salas da estação.

Na estação ninguém vê qualquer motivo para os ataques, uma vez que não foi emitido nada de controverso nos últimos dias e não foram recebidas quaisquer ameaças.

Estes ataques seguem-se a outras situações de intimidação dos média na Palestina, como o espancamento, a 8 de Janeiro, de Saifeddin Shahin, correspondente da Al-Arabiya em Gaza, por parte de cinco homens armados. Neste caso, o jornalista pensa que o ataque possa ter sido motivado por uma reportagem sobre as lutas internas na Fatah, pois os atacantes avisaram-no para não falar mais na organização.

Anteriormente, a 13 de Setembro de 2003, os escritórios da estação televisiva Al-Arabiya foram assaltados por cinco homens armados, que se identificaram como sendo da Brigada de Mártires Al-Aqsa e destruíram equipamento informático e mobiliário.