Média do sector público de Portugal e Angola aprofundam cooperação

Os responsáveis dos órgãos de comunicação social públicos de Portugal e Angola assinaram dia 7, em Lisboa, protocolos de cooperação que visam ajudar os jornalistas angolanos a “continuar a fazer um jornalismo forte e plural”.

A RTP, representada por Guilherme Costa, presidente do Conselho de Administração, assinou protocolos com a Televisão Pública de Angola (TPA) e com a Rádio Nacional de Angola (RNA), representadas respectivamente por António Henriques da Silva e Eduardo Magalhães. Quanto à Lusa, fez um acordo de cooperação com a agência Angop, subscrito pelos respectivos presidentes do conselho de administração, Afonso Camões e Manuel da Conceição. Os acordos são válidos por três anos.

Para além destes, foi ainda assinado um protocolo, válido por cinco anos, entre o Centro Protocolar de Formação Profissional de Jornalistas (Cenjor) e o Centro de Formação de Jornalistas de Angola (Cefojor), representados respectivamente por Deolinda Almeida e Albino Carlos.

Todos os protocolos contêm cláusulas de renovação por período idêntico.

A RTP e a TPA pretendem alargar e aprofundar o apoio na formação de quadros, com particular incidência nas áreas de organização e gestão administrativa, técnica e operacional; técnicas de jornalismo e tratamento de materiais noticiosos; e ainda estudos de audiência e marketing.

No respeitante à Rádio Nacional de Angola, a RTP propõe-se desenvolver formação nas áreas de jornalismo, locução, operações e manutenção, gestão administrativa, estudos de audiência e marketing, intercâmbio de informação e de programas e digitalização de arquivos.

Quanto às agências noticiosas Lusa e Angop, pretendem partilhar experiências e conhecimento com vista à actualização tecnológica e ao desenvolvimento sustentado, para além da disponibilização dos serviços noticiosos entre si.

Quanto aos centros de formação de jornalistas dos dois países, acordaram colaborar em projectos formativos abrangendo áreas como o direito à informação, formas de expressão e as tecnologias aplicadas ao jornalismo escrito, radiofónico, televisivo e online.

Importância da língua comum

A assinatura dos documentos processou-se em cerimónia realizada no Palácio Foz, a que assistiu o ministro dos Assuntos Parlamentares português, Jorge Lacão. Na ocasião, a ministra angolana responsável pelo sector da Comunicação Social, Carolina Cerqueira, sublinhou a necessidade de conjugar “os esforços de todos” para os média reflictam a “pluralidade, a isenção e a responsabilidade” que no dia a dia se exige aos jornalistas.

Jorge Lacão, por seu turno, considerou que o “estreitar dos laços entre as instituições do serviço público de Comunicação Social é da maior importância”, porque se trabalha na área comum da língua portuguesa, que “tem hoje um significado extraordinário à escala mundial”. O ministro lembrou ainda que está em estudo a criação de um canal de televisão em língua portuguesa, no quadro dos oito países de língua oficial portuguesa.

A questão já mereceu uma “primeira abordagem” entre Portugal e Brasil e agora trabalha-se no sentido “de ver até onde é que é possível criar uma parceria multilateral para que um canal de língua portuguesa possa ser partilhado por todos os nossos países”, afirmou Jorge Lacão.

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