Matthew Caruana Galizia recebe prémio dos Repórteres Sem Fronteiras

Filho da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, assassinada em outubro do ano passado, entre os galardoados pela organização.

Os jornalistas Matthew Caruana Galizia, Swati Chaturvedi, Inday Espina-Varona e Carole Cadwalladr foram distinguidos pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) numa cerimónia sobre os prémios dedicados à liberdade de imprensa e realizada em Londres.

O maltês Matthew Caruana Galizia, filho de Daphne Caruana Galizia, jornalista assassinada em outubro de 2017, recebeu o Prémio Impacto, atribuído como “recompensa a um jornalista cujo trabalho tenha contribuído para a melhoria concreta da liberdade, independência e pluralismo da profissão ou uma tomada de consciência sobre o assunto”. Matthew, de 32 anos, já laureado com o Pulitzer no ano passado devido ao seu trabalho no âmbito dos Panama Papers, integrando o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ).

O Prémio Coragem, que distingue um profissional dos media que tenha “mostrado coragem no exercício, defesa ou promoção do jornalismo”, foi para a indiana Swat Chaturvedi, alvo de violentas campanhas de assédio online na sequência da sua investigação sobre a chamada “célula IT” do partido do primeiro-ministro Narendra Modi.

Para a filipina Inday Espina-Varona seguiu o Prémio Independência, “que recompensa um jornalista pela resistência a pressões financeiras, políticas, económicas ou religiosas”, depois do seu trabalho de investigação sobre várias questões sensíveis na sociedade filipina como prostituição de menores, violência contra as mulheres, direitos LGBT ou a Frente Moro de libertação islâmica na ilha de Mindanao.

O prémio especial Espírito RSF, destinado a “jornalista, órgão de informação ou ONG britânico”, foi para Carole Cadwalladr, jornalista do The Guardian e The Observer, em função da sua reportagem sobre a manipulação dos processos democráticos nos Estados Unidos e no Reino Unido.

“Todos os anos, os prémios RSF saúdam a coragem, a tenacidade e a qualidade do trabalho de jornalistas no mundo inteiro que não hesitam a enfrentar numerosos obstáculos e perigos na procura da verdade”, disse Christophe Deloire, secretário-geral dos Repórteres Sem Fronteiras. “Esperamos que os prémios possam oferecer-lhes apoio e proteção no sentido de que prossigam o seu trabalho apesar das constantes pressões exercidas contra eles e contra os seus media nos países de origem”, concluiu.

Criados em 1992, os Prémios RSF já galardoaram Liu Xiaobo (Prémio Nobel da Paz), Raïf Badawi (blogger saudita que está preso) ou o jornal turco Cumhuriyet. Além do galardão, a distinção inclui ainda um prémio em dinheiro no valor de 2.500 euros.

Partilhe