Um grupo de homens armados entrou ao início da manhã de 12 de Outubro nas instalações do canal televisivo por satélite Al-Shaabiya, em Bagdade, matando pelo menos nove pessoas e ferindo outras duas, naquele que foi o mais mortífero dos ataques à imprensa no Iraque desde a invasão norte-americana de Março de 2003.
A acção violenta foi prontamente condenada por organizações como a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) ou o Instituto Internacional de Imprensa (IPI).
O ataque à emissora – que ainda só fizera testes e previa iniciar emissões regulares no final de Outubro – vitimou o director-geral Abdul-Rahim Nasrallah al-Shimari, que era também líder do Partido Nacional da Justiça e do Progresso, que concorreu às últimas eleições mas não elegeu qualquer representante.
Citando informações do Observatório de Liberdades Jornalísticas, o CPJ indicou que as outras vítimas foram: o director-geral-adjunto Noufel al-Shimari, o director administrativo Sami Nasrallah al-Shimari, os apresentadores Thaker al-Shouwili e Ahmad Sha’ban, o técnico de vídeo Hussein Ali e os seguranças Ali Jabber, Maher, Ahmad e Hassan, bem como um outro funcionário da estação cujo nome não foi revelado.
Contabilidade diferente apresenta a FIJ, que assente em dados do Sindicato de Jornalistas Iraquianos, aponta para nove mortos e dois feridos em estado grave, cujos nomes não são avançados mas que, segundo o CPJ e a RSF, são o director de programas Mushtak al-Ma’mouri e o chefe-de-redacção Muhammad Kathem.
Um dos sobreviventes do ataque, o director-executivo Hassan Kamil, afirmou ao CPJ que os atacantes estavam todos mascarados e que alguns vestiam uniformes da polícia, e chegaram à estação em carros que se assemelhavam a veículos policiais.
Este ataque é o segundo que visa uma estação televisiva em Bagdade desde o início do mês, uma vez que no dia 1 de Outubro um carro-bomba explodiu no exterior da Al-Rafidain TV, matando dois transeuntes e ferindo cinco funcionários da emissora.
Al-Arabiya autorizada a reabrir instalações em Bagdade
Numa nota mais positiva, o governo iraquiano permitiu a reabertura das instalações em Bagdade da estação televisiva por satélite Al-Arabiya, as quais haviam sido encerradas a 7 de Setembro sob o pretexto de que a emissora incitava o sectarismo e a violência.
