Marítimo da Madeira impede jornalista de aceder a treino

A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas acusa o Marítimo da Madeira SAD de ter impedido um repórter ao serviço do Diário de Notícias madeirense de aceder a um treino de futebol, violando assim o direito dos jornalistas ao acesso às fontes de informação.

Em comunicado, que a seguir se transcreve na íntegra, o SJ informa que está a preparar um conjunto de intervenções, a divulgar oportunamente, no sentido de responsabilizar os implicados nos atropelos à lei e de prevenir idênticas situações futuras.

Comunicado

A Constituição da República Portuguesa garante “O direito dos jornalistas, nos termos da lei, ao acesso às fontes de informação”. O Marítimo da Madeira SAD violou grosseiramente esse direito.

Na passada terça-feira, impediu um jornalista, do Diário de Notícias da Madeira, de aceder a um treino da principal equipa de futebol, que decorreu no Complexo Desportivo da Madeira. O treino foi dado como sendo à porta fechada, mas a verdade é que foi permitida a entrada de todos os jornalistas, que se apresentaram no local, à excepção do jornalista do Diário de Notícias.

O argumento de que já passara o momento para aceder ao treino não é aceitável, uma vez que, em momento posterior, foi autorizada e bem, a entrada à equipa da RTP-M.

Além disso, já hoje, algo de semelhante voltou a acontecer com o jornalista do Diário de Notícias, novamente com o Marítimo, pelo que não restam dúvidas de que se tratam de acções premeditadas e claramente orientadas.

Ao impedir a entrada a um jornalista de um determinado órgão, o Marítimo, além de violar a lei, está, de facto, a tentar impedir que uma larga percentagem dos madeirenses aceda à informação. Os mesmos que, através do Orçamento da Região, todos os anos contribuem de forma generosa para o financiamento da instituição.

Se o Marítimo tem razões de queixa contra algum jornalista ou contra algum órgão de informação, tem ao seu dispor um conjunto de entidades a quem pode e deve recorrer para fazer valer os seus direitos e pontos de vista. Não é, por isso, de forma alguma aceitável ou sequer compreensível a sonegação do direito dos jornalistas às fontes de informação.

A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas já está a preparar um conjunto de intervenções, que a seu tempo serão tornadas públicas, no sentido de responsabilizar os implicados e de prevenir idênticas situações futuras.

Funchal, 22 de Setembro de 2010

A Direcção

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