Marcha pela liberdade de imprensa no Sri Lanka

Uma marcha de protesto e luta pela liberdade de imprensa no Sri Lanka juntou esta quinta-feira, 14 de Fevereiro, centenas de jornalistas e activistas na cidade de Colombo, capital do país.

Organizada pelo Movimento Contra a Repressão dos Média e apoiada pela Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), a marcha reuniu diversos grupos da sociedade cingalesa, desde activistas dos direitos humanos a representantes de movimentos sociais e dos mais diversos sindicatos, que decidiram protestar em uníssono.

Os manifestantes exigiram ao governo uma investigação rápida e transparente aos assassinatos e atentados a jornalistas, o fim da intimidação e perseguição aos órgãos de comunicação, o fim da censura não oficial e o direito dos média a relatarem o conflito entre o governo e o movimento rebelde Tigres de Tamil.

O protesto teve lugar após uma escalada de violência e de ameaças contra os jornalistas e as restrições permanentes à divulgação de notícias sobre o conflito.

Escalada de violência

A 25 de Janeiro, Lal Hemantha Mawalage, produtor noticioso da Rupavahini Corporation (SLRC), grupo controlado pelo estado, foi esfaqueado quando regressava a casa, em Athurigirua.

Apenas três dias depois, a 28, cinco intrusos forçaram a entrada em casa de Suhaib M. Kasim, editor do diário estatal “Thinakaran”, e agrediram-no.

Só este ano já há relato de oito casos de violência e ameaças a jornalistas no Sri Lanka onde, em 2007, sete jornalistas e trabalhadores do média foram mortos.

A marcha “revela o profundo desejo dos cingaleses de preservarem o direito a ser informados sobre o decorrer do conflito”, afirmou Jacqueline Park, directora da FIJ para a Ásia-Pacífico, afirmando esperar que “o governo do Sri Lanka ouça as exigências e compreenda que a liberdade de expressão é a chave da democracia”.

A FIJ incita o governo cingalês a ter em conta a Resolução para a Protecção de Jornalistas em Zonas de Conflito, adoptada pelo Conselho de Segurança da ONU em 2006 e segundo a qual todas as partes de um conflito armado devem cumprir com a obrigação, estipulada no direito internacional, de proteger os civis, incluindo os jornalistas e outros profissionais dos média.

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