Mandado internacional de detenção para soldados acusados de matar jornalista

O juiz espanhol Santiago Pedraz emitiu a 16 de Janeiro um mandado internacional de detenção para três soldados norte-americanos acusados de matar o operador de câmara espanhol José Couso, falecido a 8 de Abril de 2003 quando disparos de um tanque dos EUA atingiram o Hotel Palestina, em Bagdade.

Os três militares visados pela ordem judicial são o sargento Thomas Gibson, o capitão Philip Wolford e o tenente-coronel Philip de Camp, que estavam encarregues do tanque que disparou contra o Hotel Palestina provocando a morte de José Couso e também do seu camarada de profissão Taras Protsyuk, um ucraniano ao serviço da Reuters.

Segundo a Federação de Sindicatos de Jornalistas espanhola (Fesp), o processo judicial relativo ao assassinato do operador de câmara da Telecinco foi reactivado após um pedido nesse sentido do advogado dos familiares de José Couso, depois de no passado dia 5 de Dezembro o Supremo Tribunal ter decidido, por unanimidade, que os tribunais espanhóis têm competência para julgar este tipo de casos, revogando assim uma decisão da Audiência Nacional datada de 10 de Março.

Saudando a decisão de reabrir o processo, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) espera que os militares expliquem as suas acções perante o tribunal e expressou o desejo de que este mandado de detenção contribua para que se compreenda que a segurança dos jornalistas em cenários de guerra não é um tema abstracto e requer acções urgentes.

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