Mais despedimentos anunciados no sector

O número de jornalistas desempregados em todo o mundo continua a aumentar, tendo órgãos dos EUA, do Reino Unido, da Finlândia e do Canadá anunciado recentemente que irão proceder a cortes nas suas equipas editoriais ou recorrer a temporários para fazer o trabalho de quem estava a contrato.

No grupo do “New York Times”, que anunciou em Outubro o despedimento de uma centena de pessoas até ao fim do ano, foi anunciado que vão sair 28 pessoas da equipa editorial do “The New York Times Service” e que os funcionários não sindicalizados que permanecerem terão uma diminuição das suas regalias sociais.

Por seu turno, a CNN despediu quatro apresentadores que estavam contratados para o serviço online por considerar que esse área não está a ser sustentável, embora esteja a ponderar contratar sete pessoas para produção de vídeo on-demand.

Ainda pelos EUA, o “Star Tribune”, maior jornal diário do Minnesota, anunciou que irá dispensar 100 trabalhadores, uma medida justificada com a recessão e as mudanças estruturais na indústria dos média, que forçaram o título a declarar falência em Janeiro. Desde 2006, a redacção do jornal encolheu 40 por cento.

No vizinho Canadá, o “Toronto Star”, jornal de maior circulação do país, vai substituir um terço dos seus editores por trabalhadores temporários, que poderão inclusivamente estar sediados fora do país, à imagem do sector de circulação, que foi anteriormente deslocalizado para a Índia.

Pela Europa, uma quebra de receitas na ordem dos 33 milhões de libras (37 milhões de euros) resultou no corte de mais de 100 postos de trabalho no grupo Guardian News and Media e numa remodelação do “Observer”, que fundirá quatro revistas temáticas mensais num único jornal com quatro secções – gastronomia, desporto, música e mundo feminino.

O Sindicato Nacional de Jornalistas britânico (NUJ) expressou “extrema preocupação” com os planos da empresa, pois não lhes reconhece qualquer criatividade nas soluções encontradas para ultrapassar tempos difíceis.

Por fim, também na Finlândia o sector não está nos seus melhores dias, pois a estação pública YLE anunciou que poderá proceder a despedimentos ou até a encerramento de canais, depois de já se ter visto obrigada a prescindir de vários programas importados e de ter desistido dos direitos de transmissão de programas desportivos caros.

Também em Portugal a situação dos jornalistas é cada vez mais precária. Ainda esta terça-feira, 17, a Motorpress Lisboa, responsável pela publicação de várias revistas temáticas, anunciou o despedimento de 28 trabalhadores, 11 dos quais jornalistas, e o fecho das revistas “Automagazine” e “Maxi Tuning”. A Motorpress edita também as revistas “Men´s Health”, “Pais & Filhos”, “Motor Clássico” e “Bike Magazine”, entre outras.

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