Mais 13 jornalistas mortos do que em 2002

Pelo menos 83 jornalistas e profissionais dos média foram mortos no decorrer de 2003, um número que supera em 13 as vítimas mortais de 2002, indica o relatório anual da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Segundo a organização, os grandes obstáculos ao trabalhos dos jornalistas e à sua segurança foram a guerra; os conflitos regionais; o crime organizado; e a indiferença de muitos governos perante a morte dos profissionais dos média.

A guerra no Iraque e os conflitos latentes nas Filipinas e na Colômbia provocaram a maior parte das baixas. Das 18 mortes ocorridas no Iraque, a FIJ solicitou investigações independentes para sete: as de Terry Lloyd, Fred Nérac e Hussein Osman, mortos perto de Bassorá em Março, sendo que os corpos dos dois últimos continuam desaparecidos; Tareq Ayyoub, morto quando um míssil norte-americano atingiu os escritórios da Al-Jazeera em Bagdade; Mazen Dana, operador de imagem morto a tiro por tropas dos EUA após o fim da invasão de Bagdade; e José Couso e Taras Protsiuk, vítimas do ataque norte-americano ao Hotel Palestina.

A FIJ anunciou, entretanto, que o dia 8 de Abril de 2004, primeiro aniversário do ataque ao Hotel Palestina onde estavam hospedados cerca de 150 jornalistas, será assinalado com uma jornada de protesto e luta pelas mortes dos dois repórteres, que não foram devidamente explicadas pelo exército norte-americano.

Apesar das mortes no Iraque terem feito as manchetes, os homicídios de jornalistas nas Filipinas e na Colômbia – onde o último caso ocorreu a 18 de Dezembro, com William Soto Cheng, da estação de TV Telemar – também preocupam seriamente a FIJ, dado que a maioria dos profissionais em causa denunciou casos de corrupção e crime organizado antes de serem assassinados.

Perante estes casos, diz a organização, os governos geralmente esperam que o assunto caia no esquecimento e apenas actuam em casos de protesto organizado e indignação internacional, como aconteceu com Zahra Kazemi, no Irão, e James Miller, em Israel.

Em anexo, pode consultar o relatório completo da FIJ (em inglês).

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