Na sua informação de sexta-feira passada, a Lista B, que se assume de continuidade dos órgãos sociais cessantes, anunciou que “a negociação de um novo Contrato Colectivo de Trabalho (para a Imprensa) está fechada, aguardando-se a formalização junto do Ministério do Trabalho”, acrescentando, a terminar: “Mal o processo esteja concluído, procederemos à divulgação do CCT junto das redações e monitorizaremos de perto a sua aplicação”.

Tais afirmações demonstram que, ao longo de seis anos, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas negociou com o patronato a revisão do Contrato Colectivo sem ter prestado quaisquer informações aos associados sobre o andamento do processo, e muito menos quanto ao conteúdo do clausulado deste importante instrumento de regulamentação colectiva de trabalho.

Além do mais, segundo é anunciado, foi negociada uma cláusula nova sobre teletrabalho, matéria que exigiria um amplo debate entre os sócios e a própria classe, pelas profundas implicações que poderá ter na vida dos jornalistas, como a recente experiência no período de confinamento devido à pandemia bem demonstrou. Que sabe a Direcção do SJ sobre as múltiplas opiniões e justificados receios dos jornalistas? Quem ouviu? Com quem discutiu?

Ou seja, com a “negociação fechada” e aguardando a “formalização junto do Ministério do Trabalho”, os jornalistas nada sabem do que foi negociado nas suas costas! Trata-se de um comportamento inaceitável, de profundo desrespeito pelos direitos à informação e de participação dos associados.

Assim, a Lista A – “Aos Jornalistas, pelo Jornalismo!” exige a imediata divulgação aos sócios do texto integral do CCT e, antes da sua eventual assinatura e depósito para publicação, a discussão do projecto entre os jornalistas por ele abrangidos, e em particular pelos delegados sindicais.

Parece pouco curial que a menos de uma semana do acto eleitoral a Direcção cessante não tenha dado o mínimo de informação e nem sequer clarifique qual é a situação do CCT: já o assinou com a Associação Portuguesa de Imprensa? Já foi depositado para publicação?

As direcções sindicais são representantes dos jornalistas, mas não podem julgar que têm o direito de, nas questões fundamentais, ignorar a classe e decidir por ela.

A Lista A – “Aos Jornalistas, pelo Jornalismo!” aproveita para reafirmar dois dos seus mais solenes compromissos: ouvir os jornalistas e os seus anseios e propostas e mantê-los permanentemente informados sobre tudo, especialmente quanto às condições de trabalho.

Com a lista A, a mudança é mesmo para melhor!

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