Justiça iraniana assedia jornalistas

Vários jornalistas iranianos foram assediados nas últimas semanas pelas autoridades judiciais daquele país, denunciou a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), dando exemplos de interrogatórios e de condenações a penas de prisão.

O caso mais recente de todos os que são referidos pela organização é o de Issa Sahakhiz, editor dos jornais “Akhbar Egtesadi” e “Aftab” (este último já encerrado por “insultos ao Guia” e “publicação de informação falsa”), que foi condenado a 28 de Agosto por um tribunal de Teerão a quatro anos de prisão e a cinco de proibição de trabalhar como jornalista.

No mesmo dia, foi interrogado pelo gabinete da procuradoria de Teerão o jornalista Emadoldin Baghi, editor do já suspenso “Jumhuriyat” e marido de Fatemeh Kamali, editora do mensário “Jameh-e-no”, também ele proibido pelas autoridades. Ambos são presenças regulares em interrogatórios das forças de segurança, afirma a RSF.

A organização refere ainda o caso de Saghi Baghernia, editora do diário económico “Asia”, que a 19 de Agosto foi condenada a seis meses de prisão pelo Supremo Tribunal de Teerão, acusada de “propaganda contra o regime”, devido à inclusão de uma foto de Maryam Rajavi, líder de uma força da oposição, num artigo de 5 de Julho de 2003.

“Este assédio judicial mostra quão duro é o trabalho de um jornalista no Irão”, afirma a RSF, instando as autoridades a pararem de perseguir os média e a libertarem o jornalista Mehrdad Qassemfar e o cartunista Mana Neyestani, que estão presos há vários meses e que esta semana saíram temporariamente da cadeia para uma visita à família.

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