Justiça colombiana limita movimentos de correspondente da Telesur

Um procurador do Departamento Administrativo de Segurança (DAS) de Barranquilla impôs a 7 de Dezembro medidas restritivas a Freddy Muñoz Altamiranda, correspondente da Telesur na Colômbia, com base em alegados testemunhos de que o jornalista pertence às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e terá participado em actos terroristas.

O jornalista foi detido a 19 de Dezembro quando se preparava para viajar até Caracas, na Venezuela, para uma acção de formação, e a 30 de Novembro enviou uma carta a solicitar a sua não transferência para Cartagena, como chegou a ser anunciado, explicando que nessa cidade o seu direito à vida não estaria garantido.

As acusações que pendem sobre Freddy Muñoz Altamiranda são postas em causa pela comunidade jornalística colombiana, que destaca a frequência de falsos testemunhos de informadores que procuram benefícios económicos e o facto do ex-director do DAS ser actualmente acusado de ligações a paramilitares, fraudes eleitorais e enriquecimento ilícito.

Comentando este caso, o director do Centro de Solidariedade da FIJ, Eduardo Márquez, afirma que se as autoridades “actuassem com a mesma garra em casos de crimes contra jornalistas, não se registaria a terrível impunidade que afecta 99 por cento dos casos”.

Entretanto, e a propósito, a FIJ deu ainda conta do assassinato a tiro do ex-jornalista Silvio Muñoz, ocorrido a 3 de Dezembro em Santander de Quilichao, no sudoeste da Colômbia, em circunstâncias ainda desconhecidas.

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