A Justiça Federal de São Paulo determinou o arquivamento da investigação sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog – ocorrida a 25 de Outubro de 1975, quando a ditadura militar ainda vigorava no Brasil – o que mereceu o repúdio da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo.
Segundo a juíza Paula Mantovani Avelino, o crime prescreveu por ter ocorrido há mais de 20 anos, o que impedirá o pedido de inquérito criminal feito pelos procuradores Marlon Weichert e Eugênia Fávero, que tentam responsabilizar os militares reformados Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel, responsáveis à época pelo DOI-Codi de São Paulo, em cujas instalações foi morto Vladimir Herzog.
“Ao contrário do que vem ocorrendo em vários países latino-americanos, no Brasil os poderes constituídos, particularmente o judiciário, vêm sistematicamente cedendo à lógica daqueles que pretendem apagar de nossa história os anos de chumbo e assim proteger com o esquecimento aqueles que oprimiram o povo brasileiro”, diz a nota oficial dos dois sindicatos, criticando a decisão judicial por não ajudar ao “re-estabelecimento da verdade”.