A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e a Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) apoiam as propostas de juristas espanhóis que visam a introdução de leis que impeçam os principais grupos de média de Espanha de continuarem a adqurir outros meios de comunicação a nível regional, a partir de 2003.
A serem tidas em conta, as propostas apresentadas ao Parlamento espanhol obrigariam o grupo Prisa, detentor do “El País”, do Canal Plus e da estação de rádio “Cadena Ser” a vender uma televisão regional que adquiriu em 2002. Outro grupo, o Correo, proprietário do jornal ABC e de uma cadeia de jornais diários regionais, além de accionista da Tele 5, teria de recuar no projecto de comprar estações televisivas em várias províncias.
“É uma iniciativa que devia ter acontecido há muito”, disse Aidan White, secretário-geral da FIJ. “O jornalismo está ser fragilizado pela exploração comercial dos média. Se a qualidade do jornalismo cair, isso terá um impacto inevitável na vida democrática, social e cultural das nossas sociedades”, acrescentou.
Para a FIJ e a FEJ, “chegou o momento de os governos colocarem o interesse público à frente dos interesses das corporações dos média que querem construir impérios, minando o pluralismo”.
Um relatório apresentado em Novembro pela Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) mostra que os riscos de concentração empresarial nos média são hoje uma ameaça em todos os países europeus. Para Aidan White, o movimento contra a concentração dos média em Espanha, que enfrenta uma reacção particularmente agressiva dos empregadores, poderá estimular a União Europeia e outros legisladores nacionais a adoptarem medidas legais travando a expansão dos grupos empresariais na área dos média.