Julgamento do caso Zahra Kazemi encerrado

O julgamento do agente dos serviços de informação iranianos acusado da morte da jornalista Zahra Kazemi, em Julho de 2003, foi abruptamente encerrado a 18 de Julho, um dia depois de ter começado.

O julgamento de Mohamed Reza Aqdam, acusado do “homicídio semi-voluntário” da jornalista canadiana de origem iraniana, Zahra Kazemi, que morreu quando estava sob custódia policial depois de ter fotografado o exterior da prisão Evin, em Teerão, foi encerrado sem explicações por um tribunal de Teerão.

Segundo informa o Comité de Protecção de Jornalistas (CPJ), os advogados de Kazemi, liderados pelo Nobel Shirin Ebadi, acusam o tribunal de recusar ouvir as testemunhas de acusação e de considerar a evidência do envolvimento de outro oficial da prisão de Evin na morte de Kazemi. Entretanto, diplomatas e jornalistas estrangeiros que pretendiam acompanhar o julgamento foram proibidos de entrar na sala de audiências, no dia 18 de Julho, e o Canadá decidiu retirar o seu embaixador em sinal de protesto pelo que classifica de “flagrante recusa de justiça”.

Quanto à imprensa iraniana, ignorou quase por completo as acusações, refere a Associated Press (AP), aparentemente “com medo de retaliações”.

Ainda segundo o CPJ, no sábado foram encerrados dois diários iranianos, o “Vaghayeh Etefaghieh” e o “Jomhuriat”, acusados de “insultos à autoridade”. Pelo menos um dos jornais, de acordo com a AP, publicou um artigo sobre Kazemi que desagradou às autoridades. Ainda relacionado com este caso foi encerrado, a semana passada, o mensário “Aftab”, denunciou à CPJ o porta-voz do Comité Iraniano para a Defesa da Liberdade de Imprensa, Mashallah Shamsolvaezin.

”Estamos muito preocupados com a atitude do tribunal, que manifesta total desprezo pela justiça”, afirmou a responsável pelo CPJ, Ann Cooper.

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