O juiz John E. Jones III deliberou a 12 de Setembro que os jornalistas Joseph Maldonado, do “York Daily Record”, e Heidi Bernhard-Bubb, do “The York Dispatch”, declarem ao tribunal apenas aquilo que viram e ouviram nas polémicas reuniões da escola pública de Dover, na Pensilvânia, acerca de intelligent design, uma teoria que defende que a vida na Terra é tão complexa que terá sido guiada por um criador.
Proibidas estarão perguntas sobre as motivações, preconceitos, impressões e outras questões que envolvam matérias exteriores ao que os jornalistas viram e ouviram nas referidas reuniões, decidiu o magistrado, aproximando-se assim do que pretendia o advogado dos jornalistas, Niles S. Benn.
“Preferíamos que os repórteres não tivessem de testemunhar. Porém, esta solução protege as suas fontes confidenciais e impede perguntas não relacionadas com o que eles viram e ouviram”, afirmou o causídico.
O tribunal diz que a decisão é uma tentativa de encontrar um ponto de equilíbrio entre o direito que os jornalistas têm em recusar-se a testemunhar e o direito à descoberta da verdade.
Este caso partiu de uma disputa entre a administração da escola de Dover e um grupo de pais, na sequência da alteração dos padrões científicos da escola com vista a incluir a teoria do “intelligent design”, decisão que foi contestada pelos encarregados de educação.
Inicialmente os repórteres recusaram-se a testemunhar no âmbito deste caso, apresentando declarações em como as notícias que publicaram eram fiéis ao que se tinha passado, uma opção que satisfez os pais mas não a administração da escola, que pretendia fazer perguntas mais detalhadas aos jornalistas.