Josh Wolf é o jornalista preso há mais tempo nos EUA por defesa das fontes

Os 170 dias que o jornalista freelance e blogger Josh Wolf já passou preso por se ter recusado a entregar ao tribunal um vídeo não editado com imagens de um protesto anarquista de Julho de 2005 fazem dele o jornalista norte-americano que mais tempo passou numa cadeia do seu país por desrespeito ao tribunal.

Além disso, tendo em conta que um tribunal federal rejeitou a 30 de Janeiro o último pedido de libertação do jornalista, é provável que Josh Wolf só saia da prisão em Julho deste ano ou em Janeiro de 2008, caso a pena seja prolongada e ele continue a recusar a entrega dos vídeos não editados.

Wolf superou a 6 de Fevereiro o recorde da jornalista freelance Vanessa Leggett, que entre 20 de Julho de 2001 e 4 Janeiro de 2002 passou 168 dias numa prisão do Texas por se recusar a revelar as suas fontes no caso do assassinato da mulher de um milionário texano, sobre o qual estava a planear escrever um livro.

“É extremamente preocupante que ambos os recordes tenham sido estabelecidos por freelancers que estavam a esforçar-se por informar o público”, afirmou a directora-executiva do Reporters Commitee for Freedom of the Press (RCFP), Lucy Dalglish, frisando que tanto Wolf como Leggett têm a profunda convicção de que o público fica mais bem servido quando os jornalistas não são forçados a tornar-se em investigadores ao serviço do governo.

Também a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) se manifestou em relação a este caso, apelando ao Congresso norte-americano para que reconheça a nível federal o direito dos jornalistas a protegerem as suas fontes.

A organização aproveitou a ocasião para recordar que a 5 de Março será ouvido o recurso dos repórteres Lance Williams e Mark Fainaru-Wada, do “San Francisco Chronicle”, que se recusaram a revelar as fontes numa investigação ao uso de drogas por parte de atletas, e lembrou ainda que, além de Wolf, as autoridades dos EUA têm detido há mais de quatro anos e meio em Guantanamo, sem acusação formada, o operador de câmara da Al Jazeera Sami Al-Haj.

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