José Pedro Castanheira lança “No Reino do Anonimato”

“No Reino do Anonimato – Estudo sobre jornalismo online” é o novo livro do jornalista José Pedro Castanheira. A obra será lançada a 29 de Novembro, no restaurante do piso 7 do El Corte Inglés, em Lisboa, estando a apresentação a cargo de José Pacheco Pereira.

Com prefácio de Paquete de Oliveira, a obra integra a colecção Comunicação da MinervaCoimbra, dirigida por Mário Mesquita, e resulta da dissertação de José Pedro Castanheira no âmbito da pós-graduação em Jornalismo organizada em conjunto pelo Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e pela Escola Superior de Comunicação Social (ESCS).

Orientado por Gustavo Cardoso, o jornalista do “Expresso” optou pela temática do jornalismo online por esta ser “interessante e ainda uma área virgem no meio académico”.

“Há muito pouca reflexão sobre o jornalismo online que se faz em Portugal e a minha perspectiva é a de alguém que está de fora. Aliás, o meu posicionamento fora do meio online até é destacado no prefácio de Paquete de Oliveira”, disse José Pedro Castanheira ao sítio do Sindicato dos Jornalistas.

O livro fala nas vantagens e desvantagens do imediatismo da Internet, nos riscos da mesma, na interactividade permitida, na liberdade de expressão e na atracção e perigo do anonimato, partindo da análise de um caso concreto: os comentários efectuados às 32 notícias que, em 2000, foram publicadas pelo “Expresso Online” acerca da criação da Fundação Jorge Álvares.

“Sempre que o assunto era a Fundação, os comentários no “Expresso Online” subiam em flecha, e isso despertou a minha atenção”, revela o autor, que neste estudo de caso analisou os 730 comentários efectuados pelos leitores aos artigos sobre a Fundação.

Da análise aos comentários, José Pedro Castanheira concluiu que 82,3% podiam ser considerados anónimos, uma vez que a identificação do seu autor era efectuada por pseudónimo e/ou estava incompleta (apenas com nome ou e-mail).

“Perante estes valores, não tive dúvidas em concluir que estávamos no reino do anonimato. E, se quisermos ser mais exigentes, apenas oito leitores (1,09%) assumiam a autoria dos comentários com nome completo e endereço electrónico”, afirma o jornalista, que anexou ao livro esses oito comentários.

Entre os comentários considerados anónimos, José Pedro Castanheira encontrou muitos “indecorosos, que nenhum jornal publicaria”, e que apenas entraram no “Expresso Online” porque, na altura, este era “uma tribuna totalmente livre”, algo que não acontece actualmente porque “o Expresso aprendeu com os erros e já filtra os comentários”.

Jornalista desde 1974, José Pedro Castanheira já passou pelas redacções dos jornais “A Luta”, “O Jornal” e “Expresso”; foi presidente do Sindicato dos Jornalistas; ganhou o Grande Prémio Gazeta em 2002 e é autor de vários livros, entre os quais “Os 58 Dias Que Abalaram Macau” e “A Filha Rebelde”, em co-autoria com Valdemar Cruz.

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