Jornalistas sob pressão no Nepal

As autoridades nepalesas continuam a perseguir e a intimidar os jornalistas que cobrem de forma independente as actividades militares. A 22 e a 23 de Junho, dois editores foram interrogados acerca das suas fontes num caso que envolve o Exército Real Nepalês.

Alegando estar a cumprir ordens superiores, a 23 de Junho a polícia interrogou, sem sucesso, Kishor Karki, editor do diário “Blast Time”, acerca das suas fontes no relato de um confronto ocorrido na véspera entre o governo e os rebeldes maoístas.

Noutro caso, dois polícias à paisana visitaram as instalações do semanário “Jana Aastha” em Katmandu, para interpelarem o editor, Kishor Shrestha, acerca de um artigo de dia 22 sobre as actividades de um general no exército nepalês e insistiram para que a equipa do jornal revelasse as fontes para aquela peça, o que todos os jornalistas recusaram.

Pouco depois do golpe de estado do rei Gyanendra, no início de Fevereiro, o ministro da Informação e Comunicação criou uma directiva que impede a imprensa de relatar de forma independente o conflito entre o governo e os rebeldes maoístas. A contestação da medida por parte dos jornalistas tem obtido como única resposta o aumento da repressão, que passa pela detenção de muitos profissionais dos média.

Preocupado com a situação, o Comité para a Protecção dos Jornalistas afirma que “a cobertura independente do conflito no Nepal é crucial para a segurança dos cidadãos e para a defesa dos direitos humanos”.

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