Jornalistas russos assediados pelas autoridades

Vários jornalistas russos foram assediados pela polícia e por serviços de segurança enquanto cobriam eleições locais a 11 de Março, noticiou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), criticando a “mensagem intimidante” transmitida pelos incidentes.

Entre os casos referidos pelo CPJ estão o do repórter Pavel Sedakov e o do fotógrafo Artyom Pigarov, ambos do diário económico “Kommersant”, que foram detidos e interrogados durante três horas pela polícia de Samara, depois de tentarem entrevistar um líder do Partido Nacional Bolchevique, cujos apoiantes se haviam reunido numa manifestação não autorizada dispersada pelas autoridades.

Outro ajuntamento ilegal de apoiantes do Partido Nacional Bolchevique, desta vez na cidade de Odintsovo, a Sul de Moscovo, originou a detenção durante seis horas do repórter do “Kommersant” Dmitry Kostyukov, do fotógrafo da Reuters Denis Sinyakov e do repórter da agência RIA Novosti Ilya Petalev, que cobriam a manifestação como parte das suas reportagens sobre o dia eleitoral.

Já em Makhachkala, capital da república do Daguestão, o repórter Marko Shakhbanov, do “Chernovik”, foi abordado por agentes à paisana que não se identificaram, exigiram que o jornalista parasse de tirar fotografias e lhe retiraram a câmara, que só foi devolvida após a eliminação de todas as fotos. O jornalista foi impedido de continuar a fazer o seu trabalho.

O CPJ refere ainda o caso da repórter do “Novye Izvestiya” Nataliya Shergina, detida por seguranças privados e agentes da polícia local enquanto entrevistava eleitores em São Petersburgo, alegadamente por ser ilegal fazer esse tipo de trabalho a menos de 50 metros de distância das mesas de voto.

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