Jornalistas responsabilizam NATO pela morte de repórter afegão

O Clube de Média do Afeganistão, numa declaração divulgada a 10 de Setembro, responsabiliza as forças da NATO pela morte do jornalista Sultan Munadi na operação de resgate de Stephen Farrell, correspondente britânico do “New York Times”, sequestrado quatro dias antes por talibãs, juntamente com Munadi, na província de Kunduz. A operação causou ainda a morte de dois civis e de um militar britânico.

Os jornalistas afegãos criticam igualmente as forças da NATO por não terem recuperado o cadáver de Sultan Munadi, de 34 anos e pai de duas crianças, deixando à família essa tarefa.

Também a imprensa britânica questiona a oportunidade do uso da força na operação já que, segundo vários jornais, a operação militar foi desencadeada quando estavam em curso negociações com os talibãs para a libertação dos dois jornalistas.

De acordo com o diário “Times”, a operação esteve a cargo das forças especiais britânicas, transportadas por helicópteros norte-americanos, e foi aprovada pelos ministros dos Negócios Estrangeiros britânico, David Miliband, e da Defesa, Bob Ainsworth, depois de consultado o primeiro-ministro, Gordon Brown.

Já o “Guardian”, citando fonte diplomática ocidental, escreve que estavam em curso negociações com o líder talibã local, Mollah Salam, que “estava a precisar de dinheiro e, por isso, aberto a um acordo”.

“Mas o MI6 (serviços de informações britânicos) precipitou-se e, praticamente sem qualquer conhecimento da situação local, decidiu lançar uma operação”, disse a fonte citada pelo Guardian, salvaguardando no entanto que o MI6 teria informações de que os jornalistas corriam perigo de vida iminente.

O Daily Telegraph escreve, por seu turno, que a morte de um soldado britânico na operação provocou grande descontentamento entre os outros militares, que criticaram Stephen Farrell por desrespeitar as normas de segurança ao aventurar-se num bastião talibã.

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