Jornalistas presos no Cambodja por alegada espionagem

Federação Internacional de Jornalistas condena as detenções de Oun Chhin e Yeang Sothearin

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou a detenção e as acusações de espionagem de que foram alvo vários jornalistas em Phnom Penh, no Cambodja, sublinhando a necessidade de o governo “pôr fim às violações à liberdade de imprensa, uma vez que está a ser criada uma cultura de medo entre os media”.

Para a FIJ, “a situação no Cambodja tornou-se muito preocupante, uma vez que os media são pressionados pelas violações contasntes do governo. A cultura de medo e intimidação alimentada pelas autoridades funciona como fator de enfraquecimento da imprensa e da sua capacidade para noticiar em liberdade e de modo independente. A imprensa desempenha um papel vital, em particular no caminho para eleições, mas o governo do Cambodja intensifica as suas medidas para limitar este papel e contribui para o enfraquecimento da democracia”.

Segundo relata a FIJ, Oun Chhin e Yeang Sothearin, ex-jornalistas da Radio Free Asia (RFA) e trabalhando sob o pseudónimo de Yeang Socheameta, foram detidos sob a acusação de estarem a tentar instalar um estúdio que, de acordo com as autoridades, não dispunha das necessárias licenças. Porém, a imprensa local indica que as detenções terão ficado a dever-se ao facto de a dupla enviar notícias para o quartel-general da RFA nos EUA – desde setembro, as operações da RFA no Cambodja foram canceladas, depois de as emissões se tornarem impossíveis após ações governamentais contra media independentes. Mais tarde foi divulgada a acusação de espionagem contra os jornalistas em causa.

Por outro lado, Len Leng, ex-jornalista do Cambodja Daily, foi detida e interrogada durante quase três horas em Chaktomuk, tendo a polícia alegado que não estava com a sua carteira profissional num momento em que procurava assistir a uma sessão do tribunal aberta ao público e relacionada com uma ação contra oposicionistas.

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