Jornalistas presos na Grécia por filmarem protestos

Quatro repórteres que acompanhavam protestos contra um campo de treino militar na localidade grega de Lofi, perto da fronteira com a Macedónia, foram detidos, o que levou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) a instar o governo da Grécia a respeitar os direitos destes profissionais.

A FIJ pretende que o governo grego investigue o comportamento das autoridades, que no dia 13 de Outubro detiveram os jornalistas macedónios Goran Momiroski, da estação A1 TV, e dois outros membros da sua equipa, bem como Meri Jordanovska, do jornal “Nova Makedonija”.

Após a detenção, os quatro foram escoltados pela polícia até à fronteira e avisados para não falarem com quaisquer testemunhas do protesto contra as manobras do Exército.

As autoridades alegaram que os jornalistas, que tinham identificação própria e vistos, não possuíam licença para filmar no local, tendo exigido que entregassem as imagens registadas.

Em reacção a este caso, o secretário-geral-adjunto da FIJ, Paco Audije, afirmou compreender as preocupações com filmagens junto de instituições militares e de segurança, mas alertou que o Governo deve investigar o episódio, para que fique claro que os jornalistas não foram submetidos a pressões gratuitas e a perseguição.

Também Oliver Vujovic, secretário-geral da Organização dos Média do Sudeste Europeu (SEEMO), filiada no Instituto Internacional de Imprensa (IPI), se afirmou preocupado com a ocorrência, que considerou “uma clara infracção à liberdade de movimentos e de expressão dos jornalistas”.

O responsável afirmou esperar que o Governo grego adopte “fortes medidas contra interferências no trabalho da comunicação social” quando está em causa “relatar uma história de interesse público”.

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