Jornalistas não são “pé de microfone”

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) lamenta que mais uma vez os órgãos de comunicação social (OCS) se tenham sujeitado a cobrir um evento sem direito a perguntas. Esta é uma situação recorrente e que aconteceu recentemente com a declaração feita pelo ex- ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e que agora se repete com o  presidente do Benfica, Rui Costa, e com o ex- treinador, Jorge Jesus.

As declarações sem direito a perguntas continuam  a ser feitas por diversas entidades (desportivas ou não) apesar dos apelos do SJ no sentido de alertar que essa é uma prática que atenta contra a Liberdade  de Imprensa.

O SJ tem também apelado aos OCS para que recusem enviar jornalistas a iniciativas nas quais não se pode questionar.

Uma cobertura noticiosa sem direito a perguntas não é jornalismo. É apenas uma  transmissão passiva de uma mensagem. Um formato que, em si mesmo, é um meio de condicionar a liberdade de imprensa.

A persistência das instituições em manter este formato, declaração sem direito a perguntas, leva o SJ a, mais uma vez, apelar às direções dos OCS que adotem outra postura que não a atual e recusem enviar jornalistas a eventos que decorram nestas circunstâncias.

É grave não permitir aos jornalistas a formulação de  perguntas sob o pretexto de que é uma declaração,  mas mais grave é  serem os próprios jornalistas a admitirem essa situação.

 

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