Jornalistas italianos convocam greve geral

A Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI) anunciou a 24 de Maio a convocação de sete dias de greve, o primeiro dos quais a realizar no início de Junho, em protesto contra a posição assumida pelas empresas do sector em sede de negociação do contrato colectivo de trabalho.

A Comissão Contratual da FNSI considera inaceitável a posição das empresas, que pretendem impor um modelo produtivo que, longe de desenvolver a qualidade da informação e reconhecer o papel profissional dos jornalistas, pretende concentrar-se nos aspectos ligados ao marketing, à publicidade e aos cortes na despesa.

À mesa negocial, a FNSI apresentou propostas tendentes a valorizar a qualificação profissional, a melhorar as condições de trabalho, a limitar a flexibilidade e a regular o trabalho autónomo, além de soluções para separar de forma mais rigorosa a informação da publicidade e para clarificar as regras de prática e de acesso à profissão.

Todavia, a Federação Italiana dos Editores de Jornais (FIEG) rejeitou em bloco as propostas da FNSI, justificando a recusa com uma análise da situação do sector – condicionado pelo desequilíbrio publicitário e pelas distorções legislativas – e avançando com uma contra-proposta que, segundo a FNSI, anula regras previstas na contratação colectiva de jornalistas.

Além da FIEG, o sindicato italiano também debateu, sem êxito, questões contratuais com a Aeranti-Corallo (associação das emissoras locais) e a Aran (agência para a representação negocial da administração pública).

Perante o falhanço das negociações, a Comissão Contratual da FNSI decidiu apelar a uma grande manifestação de protesto e marcar uma reunião para 1 de Junho com as diversas estruturas sindicais e associativas dos jornalistas italianos, por forma a definir os moldes da greve geral.

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