Jornalistas iranianos em greve pela liberdade de imprensa

Os jornalistas iranianos paralisam hoje, 8 de Agosto, em protesto contra a vaga de prisões e perseguições de que estão a ser alvo. A greve visa, também, exigir a libertação dos profissionais dos média encarcerados e condenar a morte da jornalista Zahra Kazemi, ainda por esclarecer.

“O anúncio desta greve é sintomático do estado de espírito” que afecta a classe, afirmou na véspera da paralisação Robert Ménard, secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras (RFS).

Segundo Robert Ménard, a RSF contabilizou, num mês, “mais de cinquenta jornalistas presos ou chamados a prestar declarações”. “Não passa uma semana em que não estejam sob pressão”, afirma, sublinhando que “cada um deles pode ser preso a qualquer momento e sob qualquer pretexto”.

A RSF manifestou a sua solidariedade e apoio às reivindicações dos jornalistas iranianos, voltando a exigir a libertação dos 24 jornalistas presos.

A RSF afirma-se ainda muito preocupada com as condições de detenção de alguns destes jornalistas. A mulher de Reza Alijani, preso desde 14 de Junho, disse à agência ISNA que, aquando da sua última visita ao marido, não o tinha reconhecido, de tal modo ele emagreceu. Pelo seu lado, a mulher de Taghi Rahmani, preso na mesma data, continua sem ter notícias dele. Todos os seus pedidos para o visitar foram recusados, como sucede com os familiares de outros jornalistas presos.

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